Bienal do Livro de Pernambuco- 2011
Literatura e Cidadania na Veneza Brasileira
Se tem uma cidade brasileira na qual eu ponho todo o meu respeito, esta cidade é Recife. A história do Brasil passou por Pernambuco, e por Salvador, e foi ali abençoada por tão gentil povo. É difícil iniciar um texto jornalístico tentando fugir da construção do “lide”, mas a paixão por esta terra me faz querer começar a matéria do avesso e permitir que este amor que sinto extrapole as palavras e tome vida. Tentarei me controlar e iniciar o texto propriamente dito. Pois, hoje, houve a coletiva de imprensa para o lançamento da VIII Bienal do Livro de Pernambuco, que acontecerá nos dias 23 de setembro a 02 de outubro, no Centro de Convenções de Pernambuco em Olinda.
O tema desta Bienal é Cidadania e Literatura, pois é difícil conceber um povo cidadão sem a benção da literatura. Um dos homenageados da Bienal, o escritor Ronaldo Correia Brito, relata que o saber precisa ser transmitido. Ele complementa que não sabe por qual meio, mas que vai ser transmitido vai. Ele lembra que, antigamente, o conhecimento era transmitido de forma oral, pelo que ele chamou de “homens-biblioteca” que discursavam sobre temas e histórias. Após essa era, o saber começou a ser transmitido pela escrita, concluindo, então, que o saber vai sempre existir e que, hoje, há um consumo da escrita. Rogério Robalinho, coordenador da Bienal, inicia seu discurso de abertura dizendo que a Bienal é a grande celebração de um produto nobre- o livro. O livro ainda é o principal suporte do conhecimento.
E no tema “Literatura e Cidadania”, a Bienal dá exemplo de cidadania promovendo a sustentabilidade com projetos de gestão de resíduos e premiação aos expositores mais sustentáveis. Mas não para por aí, pois Wellington Melo, coordenador de conteúdo, relata que a programação foi toda pensada neste eixo entre literatura e cidadania, com 6 espaços para debates (Círculo das Letras, Café Cultural, Círculo das Ideias e os Auditórios Beberibe, Brum e Ribeira) Confiram a programação de cada espaço clicando aqui.
Ronaldo Correia Brito, muito bem humorado, diz que ser homenageado é algo positivo e agradável, embora ele não saiba ao certo o que um homenageado deve fazer. Eu digo que nós é que precisamos coroar a história e o amor pelos livros deste escritor. Segundo o site da Bienal, “Publicou os livros de contos Retratos imorais (2010), editora Alfaguara, indicado pelo jornal O Globo na lista dos Dez Melhores Livros do Ano; Livro dos Homens (2005) e Faca (2003), pela Cosac&Naify; As Noites e os Dias (1997), editora Bagaço; e Crônicas para ler na escola (2011), editora Objetiva”.
O outro homenageado é Mauro Mota, cujo centenário de seu nascimento se comemora este ano, e “foi secretário, redator-chefe e diretor do Diario de Pernambuco. Colaborador literário do Correio da Manhã, do Diário de Notícias e do Jornal de Letras do Rio de Janeiro. Entre 1956 e 1971, foi diretor executivo do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Diretor do Arquivo Público de Pernambuco entre 1973 e 1983. Membro do Seminário de Tropicologia da Universidade Federal de Pernambuco e da Fundação Joaquim Nabuco. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco e do Conselho Federal de Cultura”.
A festa será de intensa manifestação cultural, com debates, presença de diversos autores e em Recife. A mistura perfeita para um evento literário, isto é, livros, conhecimento e praia. Espera-se para este ano o mesmo volume de visitas do evento passado- 610 mil pessoas. Vamos também?