Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
FATE ZERO- HEROÍSMO E DIGNIDADE (Contêm SPOILERS)
O
heroísmo retratado nos dois primeiros capítulos, segundo a visão de estudos à luz do heroísmo do
Corpo de Bombeiros do Distrito Federal!
Nos dois
primeiros capítulos de Fate Zero, nesta segunda temporada, vimos o trabalho em
equipe dos envolvidos para exterminar uma ameaça em conjunto: Caster.
Enlouquecido por uma sede de sangue, e crueldades além de qualquer limite,
determinou-se o extermínio de Caster e de seu mestre. Com isso, observou-se o
comportamento de diversos níveis heróicos em cena.
Estudo de
Helcio de Queiroz, divulgado no site Svhoong, com o título “Atos de Heroísmo” descreve as atitudes que definem um ato heroico no Corpo de
Bombeiros do Distrito Federal. Tal estudo nos fornece material para a análise
do comportamento dos personagens nestes dois primeiros capítulos de Fate Zero
(segunda temporada).
Antes disso,
demonstremos mais sobre as classificações de Heróis, segundo o mestre em Letras-
Eduardo de Araújo Carneiro- em Bravura, Glória e Imortalidade: O Heroísmo na História! Segundo o autor:
“Apesar das ‘mil
faces’, o mito do herói, segundo Campbell (1988), é uma metáfora semelhante empregada
nas diversas culturas. Os heróis têm ‘jornadas’ quase idênticas, passando por
rituais de separação, iniciação e retorno. A explicação para tal semelhança, de
acordo com o antropólogo, é que o mito é uma produção espontânea da psique ‘e
se torna parte da vida cultural de um povo’” (Eduardo Araújo: 2008: 93p)
Mais à frente,
ele cita os tipos mais frequentes de heróis encontrados em todas as culturas. Muitos estudiosos alegam que a imagem heróica é subjetiva e ligada a cultura de quem cria o arquétipo, então, insiro aqui os personagens de acordo com estas definições, embora saiba que, aos meus olhos, alguns aqui são vilões de fato. Entretanto, mesmo os vilões de Fate Zero possuem utilidade pública, pois até o Ryunosuke virou cartaz para promover a coleta de doações de sangue no Japão.
Prossigo com o texto deixando minha opinião que nunca colocaria um bandido como um tipo heroico, pois acredito que heroísmo é “Virtude excepcional própria do herói. Qualidade do que é heróico. Fig. Arrojo, coragem, magnanimidade, bravura que leva a praticar ações extraordinárias”. (Dicionário) Mas sei que muitos consideram alguns vilões de Fate como heróis e conseguem embasamento para justificar estas alegações em estudos sobre a subjetividade na construção de figuras heróicas. Por isso, forçosamente os insiro nestas classificações.
Então, aqui já entro, no seriado, com alguns exemplos do que se pode achar. O profeta (-), o revolucionário (Kariya Matô), o bandido (Ryunosuke), o músico (-), o poeta (Lancer), o presbítero (Kirei Kotomine), o gênio (Kiritsugu) e o político (Tokiomi Tosaka).
Prossigo com o texto deixando minha opinião que nunca colocaria um bandido como um tipo heroico, pois acredito que heroísmo é “Virtude excepcional própria do herói. Qualidade do que é heróico. Fig. Arrojo, coragem, magnanimidade, bravura que leva a praticar ações extraordinárias”. (Dicionário) Mas sei que muitos consideram alguns vilões de Fate como heróis e conseguem embasamento para justificar estas alegações em estudos sobre a subjetividade na construção de figuras heróicas. Por isso, forçosamente os insiro nestas classificações.
Então, aqui já entro, no seriado, com alguns exemplos do que se pode achar. O profeta (-), o revolucionário (Kariya Matô), o bandido (Ryunosuke), o músico (-), o poeta (Lancer), o presbítero (Kirei Kotomine), o gênio (Kiritsugu) e o político (Tokiomi Tosaka).
Kariya entra
como o revolucionário, pois, revoltando-se contra o destino de suas duas
sobrinhas, aceita tomar o lugar de uma delas para enfrentar a batalha pelo
Graal. Pelo estudo de Helcio de Queiroz, Kariya estaria enfrentando um fato
nível 3: “excepcionais, como aqueles em que há riscos potenciais de vida (...) mas
que exige medidas urgentes, sendo o tempo um dos grandes obstáculos; na verdade
as condições de segurança são distorcidas e os profissionais têm como intenção
realizar o salvamento a qualquer custo”. Mesmo sacrificando a própria vida,
Kariya tenta salvar suas sobrinhas de um destino cruel. Um ato heroico em nível
3!
Kirei Kotomine
encaixou direito na definição da tese de Eduardo, pois é um padre que, por necessidade
política e religiosa, faz um acordo com Tokiomi para uma melhor utilização de
seus esforços em conquistar o Graal. Tokiomi, por sua vez, é o próprio
político, realizando inúmeros acordos para manter o interesse e status de sua
família. Ele vende, inclusive, as filhas para alcançar suas intenções. Isso
causou a revolta de Kariya tornando-o o personagem revolucionário, ou seja,
aquele que revolucionou a história, impedindo que uma de suas sobrinhas fosse usada durante a batalha.
Lancer é o
típico herói do romantismo medieval. Culto, poeta, bravo guerreiro e
habilidoso, possui uma história de amor proibido por uma princesa, ao estilo do personagem sem nome
que escrevo desde 2006 em meus contos do “Cavaleiro e a Princesa”. Eu o coloco como o "herói-poeta", pois sua história remete aos contos românticos
medievais.
Kiritsugu é o
próprio gênio da história. Com habilidade e treinamento, este personagem é
capaz de minimizar danos, mediante experiência e frieza. Segundo Helcio, ele
agiria em nível 1 sempre: “induzido pela atividade, ou seja, a própria natureza
profissional induz (...) um comportamento de risco a cada operação; este risco
tem viés subjetivo, mas sua consistência é perfeitamente mensurável por um
raciocínio lógico que determina padrões de conduta operacional para cada
situação”. Risco calculado e ações planejadas o tornam o personagem heroico gênio
deste seriado.
Finalizo com as
palavras do Mestre em Letras, pois acredito que Fate Zero, possivelmente,
determinará estas pequenas linhas como seu objetivo final da narrativa, deste
grande clássico dos seriados japoneses, e, ao ler este pequeno parágrafo,
surge-me na mente a imagem da Saber:
“Para finalizar: o
Herói não pode ser aquele que mata ou o responsável por ela, não há nobreza
nenhuma nisso. O Herói deve ser aquele que resolve conflitos respeitando a
vida. A bravura deve estar nos gestos de tolerância e não nos de eliminação do
outro. No amor e não no ódio, na vida e não na morte, no altruísmo e não na
xenofobia, no amor e não na violência. Na guerra não há vencedores no sentido
pleno da palavra. Nela todos se tornam estúpidos, insanos e bárbaros. Esse modelo
militar de heroísmo não serve.”