Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Thundercats- 2011
Seria um remake ou um spinoff?
Sei que é uma
produção americana, em conjunto com estúdio japonês 4ºC, mas vale a análise, pois
nunca as restringi realizando, inclusive, as de séries de terror (The Walking
Dead) e livros em geral. Escrevo isso para esclarecer que basta cair no meu
conhecimento, e ter algo atraente na produção, para estar por aqui.
As diferenças
entre a produção clássica, e a nova roupagem dos Thundercats, é tão gritante
que não se deve pensar em uma forma de remake
da história de 1983, mas em um spinoff. Um remake, ao
meu ver, não deve alterar tão substancialmente a história original. Nildo
Viana, no link acima, já nos esclarece que um remake não é uma alteração drástica no enredo ou em outros elementos
significativos.
“No entanto,
se houver muitas mudanças, então não será apenas um remake, mas uma nova
versão, um novo filme, no qual o primeiro serve (ou nem sequer serve) como
inspiração.”
Faço uma comparação com edições de livros,
para que fique clara essa minha definição. Ao realizar um livro, editando-o, é
necessário criar para ele um ISBN que
sirva como base para sua identificação em todo o mundo, porém, se houver uma
nova edição, e o livro tiver alterado mais de 20% de seu conteúdo, é necessário
um novo ISBN. Criando uma simples analogia para o caso de remakes e spinoffs considero
remake a obra que não alterar mais de
20% do conteúdo original e um spinoff é
aquela obra que alterou mais de 20% do conteúdo do original.
Thundercats
2011 possui diversos elementos, tão diferentes do original, que considero esta
produção um spinoff e exemplifico aqui esta minha consideração mostrando
elementos de design de personagens e de enredo que são diferentes da série
clássica. Possui
spoilers!
Elementos
da história (SPOILER)
Thundera não é
um planeta moribundo, prestes a explodir em uma super-nova, mas um planeta bem
saudável. Possui diversas regiões já mostradas. Thunderianos são um povo
militarmente constituído, com inimigos territoriais. Uma realidade do tipo “capa
& espada” como nos mostra RPGs do gênero. Lion-o e Tygra são irmãos
(adotivos). Mumm-ra não é um feiticeiro do Terceiro Mundo, mas uma ameaça
Thunderiana e que criou a pedra que confere poder à Espada Justiceira.
Talvez a
diferença mais gritante seja a do personagem principal. Diferentemente da
versão clássica, que nos leva a conhecer um Lion-o que havia envelhecido,
acidentalmente, durante a sua viagem para escapar da moribunda Thundera, o
Lion-o desta nova versão cresce naturalmente. Isso causou mais impacto, pois
havia uma desculpa para a imaturidade de Lion-o, na versão de 1983, entretanto,
embora este novo Lion-o seja mais pensativo e conhecedor de seu meio, ele
também é imaturo e causa diversas confusões. Tornou-se um personagem meio
difícil, para mim, de se gostar. Além disso, Lion-o e Tygra brigam em demasia,
dando a entender que Tygra sente uma certa inveja de seu irmão e “Senhor dos
Thundercats”. Há uma clara divergência de opinião entre eles.
Existem outras
diferenças entre as duas obras, tais como Cheetara ser uma clériga ao comando
de Jaga, Panthro e Lynx serem generais do exército do pai de Lion-O, mas quero
passar adiante e mostrar as características de design que diferem entre as
obras.
Design
da obra
A obra possui
diferenças entre as versões de 1983 e de 2011. Começando pelo Lion-O novamente.
Em 1983, mesmo hibernando toda a sua juventude, criou-se um guerreiro forte. Já
a versão de 2011, exercitando-se ao extremo, nem chega perto do físico de sua
versão passada.
Outra
personagem com uma alteração gritante é a Cheetara. De uma mulher madura, para
uma sensual e jovem guerreira. Mais feminina, inclusive no olhar, ela está bem mais simpática!
Nesta nova
versão, os personagens possuem rabos. Sim, são felinos em quase todo o aspecto
físico de seu design. Achei isso legal, pois trouxe nova vida ao character design.
O símbolo dos
Thundercats é uma joia vermelha, sem o grande logo de um felino negro aparecendo,
como na versão de 1983. Disso eu não gostei.
Poderia,
também, comentar o rabo de cavalo, ao estilo samurai, de Panthro, ou a roupa
militar usada pelo Tygra, mas acho que provei meu ponto quanto às alterações
realizadas que perfazem mais de 20% da obra.
Conclusão
A nova obra
prova que não é um remake, mas um spinoff. Agora vem a pergunta: e é bom? Ambas
as obras possuem seus pontos fortes e fracos. Mas a versão antiga ainda se
apresenta com um enredo melhor. Elas possuem, em seus enredos principais,
chaves em comum: um jovem que tem que descobrir um novo mundo, ser líder de um
grupo de sobreviventes, crescer em sentimentos e aprender a conviver. Isso é
fato comum entre as obras. Todavia, a direção de 1983 parece ser mais segura e competente que a de 2011. A espada tinha uma justificativa, ela era a segurança do jovem
Lion-o. Quando aquele símbolo aparecia, nos céus do terceiro mundo, em 1983, e a
aquela música clássica começava a tocar, com uma animação
frenética, sabíamos que o clímax havia chegado. Era tudo muito bem
sincronizado com um enredo muito bom. A versão de 2011 perdeu muito dessa eficiência. Também chocou-me ao afirmar que Mumm-Ra comandava todos os animais da história e que o "Olho de Thundera" nem era de Thundera.
Se vale? Como
remake não! Nem se incomodem em assistir. Como spinoff, de uma realidade alternativa, vale muito! Vale cada
segundo de exibição! Benditos sejam os roteiristas que usaram o termo “realidade
alternativa” para ficção científica, pois, com isso, muitas obras se salvaram.