Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Último artigo de
2013. E, 2014 possui previsões perigosas. Antes, preciso explicar, mesmo que
superficialmente, como se dá o controle da inflação pelo Banco Central brasileiro.
Em regra, o Banco Central (BC) utiliza alguns instrumentos de controle
monetário. A explicação abaixo é de autoria do site Bungeprev e nos permite perceber
como o BC age. Cliqueaqui para ver o texto na íntegra!
"1) Controle da reserva bancária
Assim como as pessoas têm conta em banco, todos os
bancos têm uma conta no Banco Central.
Os recursos provenientes destes depósitos feitos pelos bancos é
denominado reserva. Banco Central aumenta ou diminui os percentuais desses
depósitos compulsórios conforme deseje aumentar o meio circulante ou
diminuir. Quando a alíquota a ser
recolhida aumenta, diminui o dinheiro disponível para os bancos emprestarem aos
clientes. Ocorrendo o inverso, ou seja,
quando diminui o percentual, o volume de recursos aumenta na economia.
2) Compra e venda de títulos públicos
O outro mecanismo que dispõe o Banco Central para
recolher ou aumentar a quantidade de dinheiro na economia é a compra e venda de
títulos públicos.
Quando se compra algo, estamos dando dinheiro e
recebendo mercadoria. O mesmo acontece
quando o Banco Central vende títulos públicos.
Quando ele compra títulos públicos, está colocando dinheiro na economia
e recebendo em troca os títulos. O
contrário ocorre quando vende títulos.
Neste caso, ele entrega títulos e recebe dinheiro, diminuindo o meio
circulante.
3) Controle das taxas de juros
O controle da taxa de juros é o terceiro mecanismo que
dispõe o Banco Central para fazer política monetária. Assim, quando deseja estimular o consumo, ele
diminui a taxa de juros; e quando deseja frear o consumo, ele aumenta a taxa.
4) Taxa Selic
É a taxa básica da economia, que remunera os títulos
públicos, bem como os valores da devolução do Imposto de Renda. É nesta taxa que toda a economia se baseia
para construir as outras".
Quando a inflação aumenta, por
exemplo, aumenta-se a taxa de juros e inibe-se o consumo, permitindo que o
comprador deixe o dinheiro em caixa. O dinheiro que não circula promove a queda
dos preços ao consumidor, ou estabiliza o preço a menor, e mantêm a inflação
baixa. “A Selic é utilizada pelos bancos
como um parâmetro. A partir dela, as instituições financeiras definem quanto
vão cobrar por empréstimos às pessoas e às empresas. Caso os juros do país
estejam altos, o consumidor tende a comprar menos, porque a prestação de seu
financiamento vai ser mais alta. Isso reflete na queda da inflação. Segundo a
lei da oferta e da procura, quanto maior a demanda por um determinado produto,
mais elevado é o seu preço. Do contrário, se uma mercadoria ou serviço não
forem tão procurados, o preço tende a cair para atrair mais compradores”. (UOLEconomia)
Entretanto, este controle pode
gerar recessão. Por exemplo, um agricultor necessita desenvolver melhor sua
produção, mas, para isso, necessitaria de uma determinada máquina. Com os juros
altos, ele não se sente bem em pedir um empréstimo ao banco. Com isso, sofre o
agricultor que não comprará a máquina, sofre o industrial que perderá a venda e
o consumidor que terá um produto agrícola sem a nova tecnologia. Cabe ao Banco
Central saber quando soltar o garrote da economia e permitir que juros mais
baixos façam a economia girar e trazer desenvolvimento.
Previsões
para 2014 considerando-se o quadro atual da economia brasileira
Com isso, vemos como 2014 poderá ser um ano
ruim para a economia. Comecemos com as palavras de Alberto Ramos que indica as
previsões para o ano que vem, pois ele alerta que o Brasil está fragilizado
para enfrentar a redução dos estímulos do Fed:
“O impacto sobre o câmbio e os juros de um choque
causado pela redução dos estímulos monetários pelo Federal Reserve (Fed, o
banco central americano) poderá empurrar a economia brasileira para a recessão
em 2014, ou pelo menos dois trimestres seguidos de contração do Produto Interno
Bruto. (...) Para Volpon, sem a crise provocada pela normalização das condições
monetárias nos EUA, o Brasil já caminhava para mais um ano de PIB fraco, ao
redor de 2% em 2013. Com a subida dos juros de mercado, provocando um aperto
das posições financeiras, ocorrerá um ajuste recessivo. (...) Na opinião do
economista-chefe para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, o
Brasil vai lidar com o choque externo provocado pelas ações do Fed numa posição
de vulnerabilidade. "O déficit em conta corrente aumentou, o crescimento
econômico está baixo e a inflação está muito alta", diz Ramos. "Porém
um câmbio mais depreciado agora vai interferir nesse processo, então talvez
teria de vir um arrocho de juros para rebalancear a economia’”. (Estadãoem 23 de junho de 2013)
Imaginem vocês um arrocho destes
em 2014, visto que 2013 será um ano que não vai terminar de acordo com as
previsões do ministro Mantega. Sim, a notícia sobre a retração da economia, no
3º semestre de 2013, abalou a economia brasileira.
“A economia desandou no terceiro trimestre -período
marcado pela alta do dólar, pelas manifestações nas ruas, pelo descrédito com
as contas do governo e pelo ocaso do empresário Eike Batista. E as
consequências dessas más notícias serão mais visíveis em 2014, já que 2013 está
praticamente fechado. Ontem, após a divulgação de que o PIB contraiu-se 0,5%
entre julho e setembro, economistas colocaram em revisão o crescimento do ano
que vem para baixo de 2%”. (Folhade São Paulo)
Para se ter uma ideia da
fragilidade de nossa economia, o Estadão fez este infográfico, com base nos
dados do IBGE. Notem como nós desaceleramos demais no 3º trimestre de 2013.
Estadão com dados do IBGE |
Notem, também, que a previsão do
crescimento abaixo de 2%, em 2014, é uma constante, principalmente com a
previsão do encerramento deste ano. Miriam Leitão escreveu à poucos minutos o
seguinte: “Brasil é o inverso do Chile. Sérgio
Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que, do jeito que as coisas estão,
o governo deverá entregar um PIB médio de 2% ao ano entre 2011 e 2014, com
inflação média de 6,2%. Esses números são o inverso do que acontece com a
economia chilena, que tem inflação de 2% e crescimento de 6%. — Fica fácil ver
quem está seguindo o caminho correto — afirma”. (O Globo)
Para arrumar a casa, o governo
fez como todo endividado: vendeu coisas. No caso do governo, o correto seria o
termo “concedeu”, ou seja, as famosas concessões. “Os cinco aeroportos que foram para as mãos da iniciativa privada
representam 44% do tráfego de passageiros do país. Como dois dos maiores já
foram a leilão, Galeão e Guarulhos, e nem todos os outros despertam o mesmo
interesse dos investidores, o governo precisa acelerar o ritmo das concessões
ao mesmo tempo que mantém a capacidade de a Infraero continuar investindo”
(Alvaro Gribel e Valéria Maniero- OGlobo- 23/11/2013) e continua no texto de MiriamLeitão, em 30/11/2013, ao afirmar que: “Os
números do Tesouro Nacional mostram desequilíbrio entre gastos e receitas.
Segundo a Tendências, a receita líquida do governo central cresceu 2,5% no ano.
Mas a despesa primária cresceu 7,7%. Os investimentos caíram, em termos reais,
0,4%, mas outras despesas de custeio subiram 15,9%. De acordo com a Rosenberg
Associados, dos R$ 33 bilhões de superávit primário até outubro, 65% vieram de
dividendos e concessões. Estados e municípios também pouparam menos”.
Para finalizar, o ano de 2014 é
um ano de eleições por aqui. Apertar os cintos é regra, mas será que irão
realizar este feito em ano de eleições e tornar a presidente Dilma mais
impopular? O perigo é que, sinalizando-se uma possível derrota nas urnas, o
atual governo possa vir a empurrar a crise com a barriga e deixar a bomba
explodir no colo de seu sucessor. Por outro lado, se vencer as eleições, terá
um árduo caminho pela frente. E você? Que governo quer para reger o Brasil?
Bom, com isso eu termino o ano de
2013 e desejo Boas Festas a todos e que as previsões para 2014 sejam apenas
sombras, de pequenos monstrosm que fugirão ao raiar do primeiro dia do ano de
2014. Assim espero, embora, não acredite.