Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Como todo grande evento, a Bienal não fugiu do estigma de
ser comparada às suas irmãs, como a Bienal do Livro de São Paulo e a do Rio de
Janeiro. Com um espírito parecido, decidi verificar três aspectos desta bienal:
Programação, Estrutura e Visitação.
A Programação:
Este segundo evento não deixou nada a dever, em relação às
suas irmãs, neste quesito. A programação foi bastante diversificada e, posso
dizer, equilibrada. O que eu entendo por equilíbrio é um evento que possa
discutir elementos adultos, como na palestra “Os conflitos políticos, as
guerras e a intolerância religiosa”, mas, também, possa entreter os jovens como
no espaço Teatro de Estórias para Jovens. O equilíbrio é a união entre o tema
maduro e o tema jovial, com espaço para ambos. Muitas crianças visitaram o evento com os pais.
Na questão musical, o evento também foi diversificado. A
abertura do evento foi de responsabilidade da Orquestra Sinfônica do Teatro
Nacional (11/04/2014 às 22h00), mas também contou com Plebe Rude, Quarteto em
CY e Edu Lobo. Música de variados estilos abrilhantaram o evento, mostrando,
também, sua qualidade.
Os temas dos debates foram bem polêmicos, ora voltados para
a produção literária e a internet, ora voltados para a ditadura, mas sempre
trazidos ao público com informações atuais e relevantes. Vários convidados
internacionais, e vários lançamento de livros, com muitos autores de Brasília,
provaram que a produção cultural da capital é grande e o interesse pela leitura
é permanente. Com isso, acredito que esta bienal não tenha ficado devendo nada aos
outros eventos de outras capitais.
Eduardo Galeano |
A Estrutura:
A palavra que pode definir a estrutura do evento é: Improviso.
Como já escrevi, o evento se deu na área verde da Esplanada dos Ministérios,
então, toda a estrutura de palcos, banheiros, estandes, enfim, tudo teve que
ser montado do zero. A arquitetura estava bela, como se vê no vídeo ao fim do texto, mas carecia de melhor infraestrutura. Isso causou muitos desconfortos que explico à seguir.
O estacionamento foi feito em um terreno lateral ao espaço
da bienal. Um terreno de grama, que se foi com a roda dos carros, e terra. Quem
estacionava nos ministérios teria uma caminhada mais longa. Decidi parar no estacionamento de um dos ministérios e andar um pouco mais, do que deixar o carro em chão de solo
batido. Imaginem, então, como ficou o evento, em dias de trabalho, com os estacionamentos lotados.
Como a imagem mostra, o chão foi feito de madeira e não
estava todo nivelado. conseguia andar e sentir ondulações no chão e eu andei por toda a bienal sentindo o desnível do piso, bem
como tropecei três ou quatro vezes. Espero que se possa notar na foto a
diferença de nível nesta passarela, e que define bem a sensação de se andar por
lá.
Além disso, os banheiros usados na bienal eram banheiro
químicos. Cada unidade colada à unidade vizinha. Se vocês achavam, meus
leitores, desconfortáveis os banheiros do Anime Friends, posso afirmar que aqui
a coisa não estava diferente.
Todos estes problemas seriam resolvidos se houvesse um lugar
fixo, um centro de convenções, que pudesse abraçar este evento e dar-lhe as
condições que lhe fossem dignas. Afinal, é um evento literário e, portanto,
deveria ser preenchido de toda a honra possível.
A Visitação:
Fui ao evento tirar fotos no dia 19/04, ou seja, entre a
Sexta-Feira da Paixão e a Páscoa, para ver se a bienal estava atraindo público.
Pela experiência que pretendi mostrar com as fotos, posso dizer que sim. O evento estava lotado. Isso foi confirmado
pela EBC.
Na matéria de Carolina Gonçalves, em 17/04, a informação de que o evento já
havia atraído 110 mil pessoas foi veiculada. Na data de ontem (21/04/2014) o Correio informou os números finais de público. Foram 200 mil pessoas visitando o evento. Um pouco menos que a anterior, mas, ainda assim, muito forte e
digna de suas irmãs.
Conclusão:
O evento é um brilho da literatura em nosso céu candango e
não deixou nada a desejar, nos quesitos Programação e Visitação, à Bienal de SP
e RJ, entretanto, deveria ter um centro de convenções que melhor o abrigasse e
evitasse o desconforto. Também senti falta de muitas grandes editoras e de editoras
tradicionais do DF que não compareceram. Se valeu a visita? Claro que sim! E espero pela próxima bienal, torcendo para que ela melhore sempre.