Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Eu reuni, em uma frase, uma sequência de ideias do discurso
da militância petista, pois se faz necessária uma análise do que está sendo
dito. Eles dizem: “O impeachment da Dilma é um golpe de uma elite branca. Não existe
déficit, porque as reservas internacionais são maiores. Vocês querem que a era
FHC retorne com mais de 12% de desemprego?”
Vamos Analisar #1- O impeachment da Dilma é um golpe da
elite branca!
Esta vertente do pensamento petista ganhou força com as
declarações gravadas de Renan e Jucá. Na conversa, em resumo, Jucá tenta
negociar um freio para as operações da Lava-Jato. Em última instância,
retira-se a presidente para tentar unificar o país e parar a sangria. Já Renan
diz que as declarações premiadas devem ser alteradas. Ao colocar estes trechos
na defesa da Dilma, os petistas esperam retroceder o quadro desfavorável no
Senado da votação do impeachment. Tentam fortalecer a ideia do golpe.
Notem como tornou-se suja a política por causa de muitos
políticos. A presidente que cometeu crimes de responsabilidade fiscal e
obstrução da justiça seria inocentada de seus crimes se tivesse conseguido estancar
a sangria. Se ela tivesse sufocado as investigações contra Temer, Renan, Cunha,
Pimentel, e a Lava-Jata tivesse sido obstruída. No cenário político, ela teria
conseguido manter a blindagem do PMD em torno de seu governo. Este, sim, seria o verdadeiro golpe contra
o Brasil! Deixar de julgar os crimes da presidente por causa de uma
blindagem política seria o maior golpe contra a Constituição Federal! Por causa
de sua inaptidão em controlar (ainda bem) a justiça e em negociar com aliados,
ela foi entregue e será julgada por seus crimes .
Por medo, em uma tentativa de se proteger, o PMDB decidiu
abandonar o barco. Para tentar estancar a investida da Lava-Jato, o CORRETO foi
feito, isto é, o impeachment foi aceito e será julgado. Chamar isso de golpe de
uma elite branca? Está mais para o que Maquiavel escreveu: “Ao amigos os favores, aos inimigos a lei”.
Golpe? De maneira nenhuma! O medo de um “afogamento”
fez com que os políticos fizessem o correto.
Só tem um pequeno porém. A Lava-Jato continua suas investigações
e isso pode amedrontar os políticos e eles podem começar a correr cada um para
um lado e, desta forma, abandonando o certo e o justo, que é dar prosseguimento
ao julgamento do impeachment. Cabe à sociedade brasileira manter a pressão em
cima dos políticos.
Vamos Analisar#2- Era FHC!
Fernando Henrique Cardoso foi presidente de 1995 a 2003 e os
petistas batem no governo dele, sem definir como estava o cenário econômico
antes de seu governo. É impossível analisar algo sem um aspecto mais amplo, por
isso, ver como estava a economia antes do FHC se torna essencial! Vamos ver
como estava o Brasil antes da era FHC?
HiperInflação
A inflação no ano de 1989 era de 1782,90% e 1990 foi de
1476,56%, ou seja, na “era Collor”. Já em 1992, a inflação estava em 1158%, ou
seja, na “era Itamar Franco”, alcançando 2780,6% em 1993. Dados do Almanaque Folha. Você
consegue imaginar uma hiperinflação e como ela estragava a vida de todos? Uma
inflação anual superior a MIL?
O que é?
Cultura Mix: “A hiperinflação é a inflação que está “fora de controle”, uma
condição em que os preços aumentam rapidamente como a moeda perde seu valor. As
definições formais variam de uma taxa de inflação acumulada durante três anos
se aproxima de 100%, à “inflação superior a 50% ao mês.” No uso informal, o
termo é muitas vezes aplicado a taxas muito mais baixas. Como regra geral, a
inflação normal é relatada por ano, mas a hiperinflação é frequentemente
relatada em intervalos muito mais curtos, muitas vezes por mês.”
O que provoca?
Uma hiperinflação apenas
leva as mesmas consequências a um extremo mais destrutivo. O dinheiro se
aproxima da inutilidade. As pessoas gastam loucamente apenas para se livrar do
dinheiro em seus bolsos. Poupanças de longo prazo perdem o seu valor em questão
de dias. As pessoas tentam desesperadamente fazer malabarismos com seus ativos
apenas para manter suas poupanças. O investimento de longo prazo – a base para
a elevação do nível de vida – sofre uma parada. O comércio torna-se mais
difícil, ou mesmo impossível, através dos canais normais de troca. Por fim, a
própria divisão social do trabalho é ameaçada de colapso, já que as transações
monetárias transformam-se num caminho para prejuízos econômicos, em vez de
lucros. Rumo a seu fim amargo, a hiperinflação traduz-se no fim da ordem social
e econômica. (Instituto Liberal)
Buscando dados no site rep.org.br: Sem contar que antes
da década de 90, o Brasil viveu uma era de escuridão, com déficit das contas
públicas que variava de 3 a 8% do PIB (anos de 1979 a 1988). Não havia
economia, não havia comércio próspero e o governo sufocava! O desemprego chegou
a 15% da população economicamente ativa.
Era FHC
Chegou, então, um certo Ministro da Fazenda que liderou uma
equipe de economistas da PUC do RJ e juntos fizeram uma revolução que mudaria a
vida de todos os brasileiros. Uma revolução econômica que viria a torná-lo
presidente. O Plano Real
domou a inflação, e deixou o país com a
tão sonhada estabilidade econômica. Instituto FHC: “Sua Presidência foi marcada pela consolidação da estabilidade
monetária, pela modernização da economia, por reformas nas contas e na gestão
do setor público e pela democratização do acesso às políticas sociais, além do
respeito às regras e aos ritos da democracia (...) Rotuladas de “neoliberais” e
combatidas durante seu governo, suas políticas nas áreas econômica, social e
institucional foram em linhas gerais mantidas pelo governo que o sucedeu.
Eleito o presidente Lula, Fernando Henrique organizou a transição de modo a
facilitar o acesso antecipado da nova administração às informações relevantes
ao exercício do governo, fato até então inédito no país”.
Instituto Mises define os resultados iniciais, assim que o Plano Real foi
implementado: “A transição do Cruzeiro
Real para o Real, na sexta-feira, 1º de julho de 1994, foi sem susto e sem
tumultos. Obviamente, em um país
acostumado a confiscos, congelamentos e tabelamentos, houve quem remarcasse os
preços de maneira mais "abusada", justamente tentando se precaver
contra estas possíveis surpresas, algo que obviamente irritou o governo. Porém, fora estes incidentes localizados, a
transição se deu de maneira suave e tranquila.
A inflação de preços, que havia sido de 47,43% em junho, passou para
6,84% em julho, 1,86% em agosto, 1,53% em setembro, 2,62% em outubro, 2,81% em
novembro e 1,71% em dezembro.”
E as conquistas não terminaram por aí, pois, com a economia
estabilizada, e o dólar equiparado ao real, as famílias ganharam poder de
compra. Um quilo de frango a um real, ou 40 litros de gasolina a 40 reais! Era
o começo do crescimento econômico com regras firmes e o surgimento da Lei de Responsabilidade
Fiscal. O presidente ainda criou o Programa Nacional de Renda Mínima (Bolsa
Escola, Bolsa Alimentação e Auxílio Gás) que, posteriormente, teve seus
projetos unidos para criar o Bolsa Família (lei 10836/2004).
Ele também é “pai dos pobres” por ter projetos dele utilizados no Bolsa
Família. E, como escrevi sobre o Lula, olhem só que era contra o Plano Real (veja abaixo):
Nos dias atuais
Então, considerando-se como o Brasil estava antes do FHC
assumir, dá para ver como as críticas são injustas. Graças ao processo de
continuidade da política pública, o governo Lula alcançou grandes êxitos.
Precisamos, novamente, de alguém que reestruture nossa economia e faça os
ajustes fiscais necessários para o Brasil sair do buraco. Precisamos de outro
FHC.
Vamos Analisar #3- Não existe déficit, porque as reservas
internacionais são maiores!
Com isso, eles querem dizer que não existe crise, que tudo
faz parte do plano macabro da elite branca. Se desse para usar as reservas
internacionais, como eles dizem, não teríamos crise mesmo, porém, não se pode
usá-las desta forma. A revista Exame explicou, em 25/09/2015: “as
reservas são um estoque e o déficit é um fluxo. Ou seja, se o buraco de 30
milhões de reais em 2016 não for corrigido, outro buraco haverá em 2017, 2018,
2019… 2021… 2037 e por aí vai.
As reservas são um ativo do Banco Central
(BC). Mas a capacidade do BC de socorrer o orçamento – abstraindo da legalidade
da operação – não é dada por seus ativos, mas por seu patrimônio líquido. (...)
O último balanço do BC apontava patrimônio líquido de 46 bilhões de reais –
isso seria suficiente para somente perto de um ano e meio de buraco fiscal…”.
Já nas contas atuais do governo, isso nem chega perto!
Porém, vamos ver o que acontece se isso for feito? Se
retirarem as reservas internacionais para cobrir o rombo? Aqui está (leia no G1) o que disse a antiga equipe econômica da presidente Dilma sobre o
assunto: “A utilização das reservas
internacionais para outros fins, que não o mercado cambial, também poderia
afetar o setor externo brasileiro, que tem se beneficiado com o dólar mais
elevado. Para o ex-presidente do BC Gustavo Loyola, haveria "efeitos
monetários complicados" e, por isso, acredita que haveria alta
considerável no prêmio de risco do país”.
Tombini (ex-BC) também rejeitou esta ideia, segundo Notícias da Câmara: “O presidente do Banco
Central, Alexandre Tombini, declarou nesta quinta-feira (29) a parlamentares
que rejeita qualquer possibilidade de utilização das reservas internacionais para
cobrir o déficit no orçamento. (...) Segundo Tombini, esses recursos têm sido
colocados pelas agências de avaliação de risco como um dos pontos fortes da
economia brasileira, com a redução da vulnerabilidade externa. “Nós aqui no
Banco Central, certamente não apoiamos essas iniciativas de fazer encontros de
passivos e ativos. Porque hoje é um colchão, é um seguro para a economia
brasileira e tem funcionado bem. Com todas as incertezas em relação à nossa
economia, nós temos uma tranquilidade do financiamento externo”, ponderou o
presidente do BC”.
Não se usa, porque é nocivo para o equilíbrio das contas, e
traria consequências ruins para a balança comercial, para o real e para a
economia, então, existe um déficit e o reajuste econômico e fiscal deve ser
realizado.
Conclusão
São três ideias equivocadas que tentam parecer com verdades,
mas, no fundo, não passam de alterações da realidade, sem fundamento lógico ou
histórico. Aliás, como fica demonstrado no vídeo acima, o PT sempre se utilizou de discursos sem muita fundamentação.