Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Elementos para uma recuperação econômica- Japão como
exemplo!
Após mais de 8 anos sem que nosso representante máximo fosse
visitar o Japão, o Brasil tentou recuperar os laços, com o país do sol nascente,
através da visita do presidente Temer. Vi aqui uma possibilidade de escrever um
texto sobre elementos que podem fazer com que um país saia de uma crise
econômica aguda.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão estava assolado, com
duas cidades totalmente destruídas pela tecnologia da bomba
atômica, e com a economia quase que no chão. Era um país com restrições militares,
e essencialmente agrário. Uma situação bem diferente do que encontramos hoje em
dia. Apesar da crise econômica japonesa atual, os índices de desenvolvimento do
Japão são formidáveis. Dado da página do professor Getúlio Nascimento.
Taxa de analfabetismo de 1% da população (2013), renda per capta de US$ 36.200
(2012), IDH de 0,980 (2013) e PIB em 4,5 trilhões de dólares. Como o país se
desenvolveu tão rápido? Quais lições podemos tirar para fazer com que o Brasil
também consiga superar a crise atual? Apesar do contexto histórico e social
diferentes, podemos refletir sobre o que fez com que o Japão superasse esta
crise e viesse a se tornam uma grande economia global.
A Embaixada do
Japão no Brasil escreveu sobre este período e deixou algumas lições. A primeira
é de que existia fornecimento de petróleo
a baixo custo, ou seja, eles podiam reconstruir fábricas, produzir e
entregar produtos sem onerar o preço final ao consumidor por causa do petróleo
a bom preço. Se no Brasil o preço dos
combustíveis baixar a uma taxa acessível, preços tenderão a baixar e isso
estimulará o comércio, serviços e a indústria. Outro ponto é de que a população tinha alta taxa de poupança
individual e de investimentos na iniciativa do setor privado. Todos sabem
que, no Brasil, o movimento está inverso, ou seja, o brasileiro retira das
aplicações, pois não têm mais como manter as famílias. E isso gera retração no
consumo. É necessário, por exemplo, baixar as taxas de juros para desafogar as
famílias. O Estado, deixando a iniciativa privada livre, estimula o fluxo de
capitais, gerando renda. Ela se movimenta pela economia, é aplicada e fornece
ao Estado instrumentos para fazer o PIB voltar a crescer. Outra coisa é que o Japão buscou se industrializar e
desenvolver tecnologias de inovação. O desenvolvimento de novas tecnologias
atrai investidores. O Japão possuía, e possui ainda hoje, força de trabalho com ética laboral. Além da cultura japonesa
dignificar o trabalho, o país ainda possuía uma boa condição educacional, que
motivava ao trabalho. Além disso, o Japão beneficiou-se do Plano Marshall (com cerca
de 12 bilhões de dólares) para a reconstrução
de sua infraestrutura. Deste modo, como explica a página da embaixada: “O Japão foi o principal beneficiário do
rápido crescimento atrelado à economia do mundo pós-guerra segundo os
princípios de livre comércio promovidos pelo Fundo Monetário Internacional e
pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio. Em 1968, a economia japonesa já havia
se tornado a segunda maior do mundo, depois da economia dos Estados Unidos.”
Conclusão claramente óbvia!
Para o Brasil sair da crise, torna-se óbvio, então, que o
país tem que parar com a sangria (gastar menos do que arrecada), para voltar a
ter índice confiável de investimento, pois isso atrairá recursos que poderão
formar a tecnologia de inovação que precisamos. Também se faz necessária a
redução nas taxas de juros, e no preço do petróleo, para estimular a produção e
o comércio, gerando renda para investir e poupar. Investir não somente em
empregos, mas em educação e infraestrutura. Precisamos de trabalhadores sem
medo do desafio e com condições adequadas ao seu labor. Precisamos que o país também entregue uma
geração de energia adequada à produção e a consumo, ou seja, infraestrutura.