Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Pensamentos de Ratinho!
Passaram-se dois anos depois da invasão das cobras venenosas
em meu cubículo. Naquela época, tomei-me por um temor de que fosse culpa do
cientista, pois eu, com meu pequeno raciocínio de ratinho, já sabia que as
cobras cobiçavam meu espaço. Com meu pequeno raciocínio de ratinho, eu já
alertava o cientista de que as cobras queriam invadir. E eu alertava o
cientista, mas ele permanecia em silêncio. E eu alertava ardentemente, mas a
resposta do cientista era o silêncio.
Em meu cubículo, eu residia com um velho caranguejo que
visitava as cobras com certa frequência. Ele, de forma inocente, achava que sua
couraça o protegeria dos venenos. Que as cobras nada fariam contra ele. Era de
uma inocência triste. Quando eu falava com o caranguejo sobre meus temores, ele
ria. O caranguejo velho também não acreditava que elas fossem capazes de fazer
mal a nós. Quando a parede de vidro se estilhaçou, e as cobras avançaram contra
nós, ele ficou perplexo. Foi tão vítima delas, quanto eu.
Na época, fomos salvos pela mão do cientista. Nossa baia foi
protegida por mangustos enviados pelo cientista. Como interpretar isso? Como o
cientista, que nada fez para consertar a parede de vidro, naquele momento,
resolveu estender sua mão para me poupar a vida? Não seria melhor ter arrumado
a parede, antes que ela ruísse? Não seria melhor ter distanciado as cobras,
deixando-as longe? A impressão que me deu é que o cientista está nos testando.
Ele nos colocou em uma panela de pressão, para medir nossa capacidade e nossas
reações.
Eu também fico pensando, enquanto como minha ração, que a
minha situação atual também faz parte desta panela de pressão. Após dois anos
do ocorrido, eu ainda estou em uma baia que não me pertence. O caranguejo velho
parece continuar em contato com as cobras e, por causa deste caranguejo velho,
que eu respeito e amo, eu não pedi aos mangustos que a justiça fosse feita,
pois ele ama as cobras. Sim, o coração do velho caranguejo o impede de agir
contra as cobras. E o meu coração, que o ama e respeita, me impede de ir contra
elas.
Essa situação é o tempero desta panela de pressão na qual
estamos inseridos. O cientista está nos marinando aos poucos, nos deixando
envoltos em pressão e vapor quente. O cientista é mau? O que o cientista quer
de fato?
Sobre os mangustos, eles me deram mais 6 anos para agir
contra as cobras. Ao meu sinal, os mangustos serão a justiça. Por este fato,
ainda estou esperando convencer o caranguejo velho. Esperando que ele se
convença de que a justiça não feita é pior que a injustiça realizada. Que o mal
sem reparação é um dano pior que o que as cobras ousaram tentar fazer. Faço
isso para que o caranguejo não sofra.
E você, cientista? O que quer agora? Com sua mão poderosa,
poderia resolver tudo pacificamente. Eu acredito em seu poder, mas estou tendo
dúvidas quanto ao seu amor. No meu pensamento de ratinho, limitado pela minha pequenez,
via no senhor um protetor, mas, agora, vejo no senhor um observador que conduz
a um experimento cruel. Cientista, desta vez, não se cale. Responde! Ajude este
ratinho a entender e a resolver tudo de maneira pacífica. Estas são as dúvidas,
pensamentos, sentimentos e orações do ratinho a ti. Eu quero escrever, no conto
do próximo ano, a sua bondade para comigo!