Pular para o conteúdo principal

Anime Ken TV e Solidão

 Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!

A Place Further Than The Universe


A Place Further Than The Universe
http://www.crunchyroll.com/a-place-further-than-the-universe



Sinopse via Crunchyroll: “Paisagens nunca antes vistas. Sons nunca antes ouvidos. Perfumes nunca antes cheirados. Comida nunca antes degustada. E uma explosão de emoção nunca antes sentida. Esta é a expedição que vai recolher as peças espalhadas e as sensações perdidas. Quando chegarmos lá, o que passará por nossas cabeças? Uivando, ângulo de 40 graus. Berrando, ângulo de 50 graus. Gritando, ângulo de 60 graus. Uma terra erma, além do mar. O ponto mais ao sul de todos, distante de toda civilização, no cume da Terra. Através dos olhos das garotas, encontraremos luzes pelas quais viver amanhã”.




Que diabo de sinopse é esta? 😊 Deixando a brincadeira de lado, esta sinopse nos leva a conhecer um desejo inerente a todas as personagens desta série. A sinopse nos leva para dentro do sentimento das personagens. A animação produzida pela Mad House, com direção de Atsuko Ishizuka, com roteiro de Jukki Hanada e desenho de personagens de Takahiro Yoshimatsu, vem contar a história de uma expedição civil à Antártica. Não apenas uma expedição civil, mas uma jornada por conhecimento e por um futuro.

Eu quase encaixei esta série no “slice of life” (veja definição do tema no tópico de sexta-feira passada) e a fiz competidora de Laid-Back Camp, pois ela é o cotidiano de 4 personagens tentando alcançar um objetivo comum, que é uma viagem até a Antártica, mas, daí eu pensei e cheguei a conclusão que viajar até o polo do planeta não pode ser caracterizado como algo comum a um estudante. Por este motivo, eu não encaixei a série em “slice of life”. A série está mais para uma aventura de descobrimento. Concluindo desta maneira, eu resolvi dar a esta série o prêmio especial: Melhor Aventura!

E por que eu a escolhi como melhor aventura da temporada passada? Porque é uma aventura de descobrimento, ou seja, ela apresenta elementos que gosto de ver em uma aventura. Vou simplificar o Monomito[1] em quatro elementos: partida, iniciação, descobrimento e retorno.

Kimari é uma típica estudante que está terminando mais uma fase de sua vida e não sabe bem o que fazer da vida, até conhecer Shirase que está determinada a ir para a Antártica. Deste encontro, Kimari reúne forças para realizar algo diferente em sua vida e passa a ajudar Shirase a cumprir seu objetivo de vida. Ambas desejam ir para a Antártica. Este é o primeiro passo do caminho do herói, ou seja, a partida. O que têm de mais aqui? A partida é um elemento gradual. Até conseguirem realmente embarcar na expedição, elas passam por um processo lento e cuidadoso, mostrando etapas do crescimento psicológico delas. A aceitação de outras duas garotas, cada qual com um motivo diferente para a aventura, vai reunindo elementos dramáticos e cômicos à jornada. E é algo tão sereno que quase nos passa desapercebido que a etapa de iniciação já estava em curso também.





A iniciação é tão importante neste enredo, que ela praticamente permanece por toda a jornada da história. Toda a iniciação para a jornada, com o cumprimento de etapas, o treinamento durante a expedição e, por fim, no arco final materno.

No arco final materno vemos o desfecho do descobrimento que traduzo como o maior crescimento emocional da série. Neste arco vemos os personagens resolvendo suas questões internas, enfrentando o passado para poder seguir em frente e caminhando para uma evolução emocional e psíquica dignas de um filme bem realizado. Neste ponto, elas estão prontas para o regresso/retorno que consiste em aceitar seu aprendizado e torná-lo prático para sua vida vindoura.

A jornada para a Antártica, na verdade, consiste na jornada do herói com descobrimento interior e crescimento emocional dos personagens. Um enredo que cuidou com carinho e sentimento das angústias daquelas jovens personagens.Tudo isto realizado com ótimas escolhas de câmera, com dublagens fortes e uma animação fluida. E o enredo merecia este tratamento de qualidade que o estúdio Mad House podia dar e deu.  E é isto que gosto em uma aventura.    








[1] Jornada do Herói: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Monomito>

Postagens mais visitadas deste blog

Ghost in the Shell

Máquinas vivas; Um fantasma surge; O homem virtual. Ghost in the Shell está mais próximo do que pensamos! 

Boushoku no Berserk

Berserk of Gluttony: Uma Série Que É Meu "Pecado"! Boushoku no Berserk (Berserk of Gluttony) - Pictures - MyAnimeList.net Fate é um jovem que acreditava ter uma habilidade inútil chamada "Gula", que o mantinha constantemente faminto. Ele era um vassalo em uma casa de cavaleiros sagrados, onde era tratado com desdém, nutrindo uma paixão secreta pela cavaleira Roxy Hart. Ela destaca-se como a única guerreira nobre em um mundo dominado por cavaleiros que abusam de seu poder para oprimir o povo. Quando Fate acidentalmente mata um ladrão enquanto ajuda Roxy, ele descobre que sua habilidade de "Gula" vai além do que parecia. Esse evento o faz perceber os aspectos positivos e negativos de seu "pecado". Comprometido a proteger Roxy, ele decide usar seu poder em prol da casa daquela que sempre o tratou com humanidade e respeito. Baseada em uma novel escrita por Ichika Isshiki , com arte de fame , "Berserk of Gluttony" é serializada desde 2017,

Ciclos de revolução: A Quarta Revolução!

Ciclos de Revolução: A Quarta Revolução Revisão: ChatGPT Estamos vivenciando a quarta revolução industrial/tecnológica, e muito tem sido discutido sobre os potenciais danos que esta revolução pode causar ao tecido social, incluindo desemprego e outras adversidades. Procuro refletir sobre o futuro com base no passado, observando no presente os mesmos receios que nossos antepassados enfrentaram nas três revoluções industriais anteriores. Começo com uma conversa que tive com uma taxista, para então discorrer sobre algumas das revoluções passadas. Durante uma parada em uma lanchonete que estava instalando terminais de autoatendimento no último ano, tive uma conversa: “Taxista: --- Estão instalando essas máquinas para substituir trabalho humano. Muitos caixas estão perdendo seus empregos. Isso é o capitalismo! Eu: --- Por outro lado, a tecnologia, ao eliminar um posto de trabalho (caixa de atendimento), cria outras necessidades. A lanchonete precisará de profissionais para manutenção de sof