A origem de Maou! Estagiário: ChatGPT 4o A figura do "Maou" é uma das mais fascinantes no universo dos animes, mangás e jogos japoneses. Derivada do kanji 魔王, onde "ma" (魔) significa "demoníaco" ou "maligno" e "ou" (王) significa "rei" ou "soberano", Maou traduz-se literalmente como "Rei Demônio" ou "Lorde Demônio". Esse arquétipo se tornou extremamente popular na cultura pop japonesa, surgindo como antagonista principal em inúmeras obras, e sua representação pode variar amplamente, indo desde vilões assustadores até personagens ambíguos ou até mesmo protagonistas simpáticos. Origem e Evolução do Maou na Cultura Japonesa Inicialmente, o termo "Maou" foi inspirado pela visão ocidental de "demônios" e influências do cristianismo, do budismo e de antigas lendas chinesas. Na tradição japonesa, a ideia de um ser que governa as forças do mal não era tão proeminente quanto em culturas...
Record of Gancrest
War 17- Dois Heróis!
Identidades e
referências
Este texto terá spoilers do capítulo 17 que estreou na
semana passada. Se não desejar ler, pare por aqui! E a recente temporada não
possui animações com o mesmo efeito que a anterior, então, não teremos mais
textos como os textos das semanas passadas.
A identidade é a representação de valores, signos e significados que entendemos como particular de algo, alguém ou sociedade. Muitas obras fazem referências a diversas identidades para que a audiência venha a abraçar o tema central com mais facilidade. Uma das finalidades é envolver o público, que ficaria mais sensível às questões tratadas na obra. Estas identidades são construídas, em sua grande maioria, pela linguagem.
Identidade e Referências
A identidade é a representação de valores, signos e significados que entendemos como particular de algo, alguém ou sociedade. Muitas obras fazem referências a diversas identidades para que a audiência venha a abraçar o tema central com mais facilidade. Uma das finalidades é envolver o público, que ficaria mais sensível às questões tratadas na obra. Estas identidades são construídas, em sua grande maioria, pela linguagem.
Vânia Maria do Nascimento Duarte[1]: “Utilizamos dois elementos principais para
que a comunicação se materialize de forma plena: a linguagem, que representa
todo o sistema de sinais convencionais, sejam estes de natureza verbal ou não
verbal, e a língua, a qual representa um sistema de signos convencionais (de
natureza gramatical) usados pelos membros de uma determinada comunidade, no nosso
caso, a Língua Portuguesa. Partindo desse pressuposto, temos que o signo
linguístico é concebido como um elemento representativo, constituindo-se de
dois aspectos básicos: o significante e o significado, os quais formam um todo
indissolúvel.”
O capítulo 17 de Grancrest War está repleto de representações
de diversas culturas, usando signos linguísticos. Tanto na linguagem usada, como na seleção de imagens,
ângulos e formas, cria-se uma identidade clara de referências ao nosso
mundo. Vamos explorar o que consegui achar? Comecemos pelos personagens e suas representações.
Milza
Neste capítulo, tivemos a ação de dois grandes personagens
que decidiram o destino de suas nações através da guerra. Como já leram na
minha análise de Grancrest, como a melhor animação do gênero Fantasia, a série
possui um dos maiores vilões da temporada. Um genocida, traidor, estuprador e
assassino conhecido como Milza. Seus feitos em guerra o fizeram ser temido. Ele
consegue decidir batalhas somente com sua lâmina, ódio e poder. Ele é uma verdadeira
representação do deus da guerra selvagem: Ares. Ares é o ser conhecido por ser o deus da guerra selvagem. Milza traz consigo esta representação em suas estratégias de batalha. Quase sempre, suas tropas agem como um grande "bate-estaca", destruindo tudo em seu caminho. Milza também, com diálogo, mostra desprezo pelo poder do povo, que está surgindo na figura do líder Theo. Aqui, Milza também figura como o autoritarismo de uma ditadura, pois também faz seu povo sofrer.
Ele está por avançar contra Theo, que o havia cercado com
seu exército dentro do castelo que outrora pertencia a um antigo aliado dos
dois, chamado Villar. O orgulho do Milza o impede de esperar pelo resgate. Com
grande ódio no coração, ele avança contra as tropas de Theo e de diversos
nobres, que vão caindo um a um pela fúria de sua lâmina. Um deus selvagem é guiado por ódio, então, a representação aqui está adequada também.
Theo Cornaro
O jovem que comparei a Arthur, pois nascera pobre, mas se
tornara um grande rei, através da
influência do destino e da magia, possui as qualidades nobres do cristão Arthur
de Camelot. Ponderado, justo e calmo, Theo é o exemplo de um grande nobre que
comanda pelo carisma. Ele também representa o líder que envolve as massas através do já citado carisma. Assim como o David bíblico, Theo passou por inúmeras provações até alcançar o poder dos nobres. Um homem, um líder que está fazendo surgir a era do reinado do povo, ou seja, ele aqui também representa a democracia. O que os outros personagens confirmam em seus diálogos durante o episódio. Theo é o líder carismático e bondoso, que representa o ideal de liderança e o advento da democracia.
Acredito que a base para a criação do Theo, além de Arthur
da Távola Redonda, poderia ser também bíblica: Jeremias 31 “33-“Eis, no entanto, a Aliança que
celebrarei com a comunidade de
Israel passados aqueles dias”, afirma o SENHOR: “Registrarei o conteúdo da minha Torá, Lei, na mente deles e a escreverei
no mais íntimo dos seus sentimentos: seus
corações”. O símbolo gráfico
do poder do nobre Theo me remeteu imediatamente a este versículo bíblico. Uma bandeira que é tecida nos céus, cujo símbolo parece ser uma asa de um anjo, que recai sobre seu povo. Uma representação das leis de Deus que, vindo do alto, encobrem e protegem seu povo, fazendo-se presente em seus corações.
A Luta
É a luta de dois pontos divinos: o combate da guerra em
fúria e o combate da guerra sábia. De um lado, um exemplo de Ares[2]
(Deus da Guerra Selvagem) e, do outro, um representante de Jeová: “Salmos 24:8 Quem é este Rei da Glória? O
SENHOR forte e poderoso, o SENHOR poderoso na guerra”.
Milza avança contra todas as tropas de nobres, aniquilando
como a um furacão a todos que se aproximavam dele. Seu desejo é eliminar Theo.
Siluca e os demais tentam evitar esta aproximação, pois temem pela vida de
Theo. A fidelidade ao Theo é tanta que um dos personagens afirma que não
permitira que Milza encostasse um dedo em seu futuro senhor. Porém, Theo, com
serenidade e estratégia, vai eliminando as forças de Milza, reduzindo seus
números. Milza avança com suas tropas, como se fosse um grande martelo a arrebentar tudo que se volte contra ele. Theo usa isto a seu favor e vai reduzindo o número de soldados do Milza com pontuais armadilhas contra as tropas adversárias.
Para o desespero dos servos do Theo, que não conseguem parar
Milza, ele se aproxima do personagem que representa o deus da guerra sábia. O combate, como mostra o AMV,
se reduz a um duelo entre Milza e Theo. “O
grau mais elevado da sabedoria humana é saber adaptar o seu caráter às
circunstâncias e ficar interiormente calmo apesar das tempestades exteriores”.
(Daniel Defoe). Milza é a tempestade. Theo é a calmaria.
O duelo deles repete a mesma representação estratégica das tropas. Milza ataca com fúria. Theo se defende e espera brechas para o contra-ataque. Exausto, ao final, o personagem que representa a guerra selvagem perde para a guerra sólida e com
estratégias bem definidas. Milza perde para Theo, por não considerar
de forma adequada seus ataques. Ele cansa por desperdiçar movimentos. Theo não.
Após o fim do duelo, e da execução de Milza, eis que surge uma representação que fortalece as minhas deduções anteriores, pois Theo, por alguns segundos, ora aos céus. Seus soldados repetem seu gesto. David orava a Deus antes e depois das batalhas, bem como a figura do rei Arthur. A gratidão pela
vitória que lavou o sangue de seu amigo, reconquistando o que antes era dele
(Villar).
Conclusão
Record of Grancrest War nos deixa um grande episódio que faz
paralelos claros com a guerra, a estratégia e a calma. Com a democracia e a ditadura. Com a fé e a bravura. Os dois personagens
estão delimitados por suas características: Milza (ódio e força bruta), assim
como Theo (calma e frieza). E a luta entre eles nos garante metáforas e
comparações (Ares e Jeová) que fazem com que o enredo se enriqueça com os símbolos
usados. Isto também faz com que nos identifiquemos com eles, pois vemos neles
representações de elementos que são importantes para nós. E esta emoção é benéfica para a série.
Quando Theo aceitou o desafio de Milza, meu coração ficou na garganta. É o
resultado de captar e aceitar os símbolos e referências propostos pelo autor
para a construção do enredo e dos personagens. Um excelente trabalho! Isto, sim, é uma história bem construída!
[1]
O Signo Linguístico: <https://portugues.uol.com.br/redacao/o-signo-linguistico.html>
[2]
Ares: <https://www.infoescola.com/mitologia-grega/ares/>