Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Jornalismo possui um conjunto de técnicas com as quais o
profissional aprende a manusear a informação, garantindo a transmissão da mesma
através dos meios. A perfeita comunicação usa ferramentas que evitam ruídos/interferências
que impeçam a boa absorção da informação pelo receptor. Em síntese, jornalismo
é o estudo que permite que um receptor (jornalista/repórter) interaja com o receptor
(público) para informa-lo sobre algo, através dos meios necessários (rádio,
televisão, internet) e usando das melhores técnicas para isso. Basicamente, “O jornalismo[1]
é uma atividade cujo principal objetivo é dar informação ao povo. O jornalista
é aquele que exerce essa profissão através de diversos meios de comunicação:
imprensa, rádio e televisão”.
A natureza do jornalismo é amoral (não possui em si mesma, em sua atividade, a representação da
moral), apartidária (não deveria tomar
partido) e neutra. Esta natureza tem
como fundamento o princípio da neutralidade científica, no qual o jornalista,
assim como o cientista, deve se colocar neutro de valores para assumir a tarefa
de interpretar a realidade e transmiti-la sem preconceitos.
Infelizmente, não é isto que se vê hoje em dia. Ao que
parece, e faço aqui esta crítica, o jornalismo não está mais preocupado em
transmitir uma realidade, mas construir uma realidade através de sua narrativa
e domínio dos fatos. Como o profissional é um ser imperfeito, cheio de paixões
e com um vasto conhecimento vivido e experimentado, é impossível que ele não
coloque seus valores, seu olhar, sob um determinado fato, sem colocar nele seu
próprio conhecimento adquirido. O jornalismo presencia em suas fileiras o mito
da neutralidade científica, com profissionais dedicados em alterar o meio
através de sua mensagem.
Como exemplo, vemos aqui uma manipulação grosseira que virou
piada. Um jornalista parece enfrentar a fúria dos ventos para levar informação
para o público, que está seguro em suas casas. Infelizmente, faltou combinar
com dois transeuntes que passavam tranquilamente atrás do profissional.
Profissional este que virou motivo de deboche. Ele tentou criar, aumentar, uma realidade
que não existia, através da manipulação de sua narrativa.
E isso é o que mais se vê hoje. Dependendo da afinidade do
jornalista, teremos diferentes tipos de resultados de um mesmo evento. Se o
repórter quiser que um evento fracassado, de apenas 200 pessoas, pareça maior
do que é, basta usar ângulos fechados de imagem. A farsa aparece quando as
mesmas 200 pessoas são fotografadas em um ângulo mais aberto, que evidencie quão
reduzido é o número de participantes frente ao local no qual elas estão
inseridas.
A afinidade do jornalista interfere em muito no resultado da
matéria a ser transmitida. Ou ele arrebenta com o objeto da matéria, ou ele
tenta salvar o objeto da matéria. E, então, aparece a questão da ideologia
política. Todos os brasileiros parecem ter notado que os meios de comunicação
tradicionais são fortes atrativos para um jornalismo vermelho, que adora um
socialismo. E, portanto, vemos com frequência grandes jornais a defender
políticos que estão afinados com suas bases ideológicas. Como mostra o vídeo do
Danilo, até um soco pode virar um “leve empurrão” dependendo de quem agrediu.
Veja que nem a mídia cultural, de entretenimento, consegue
se salvar disso.
Conclusão
E o jornalismo atual parece ter se reduzido a isso: uma
tentativa de construção da realidade através do discurso midiático e da narrativa. Ainda bem que o monopólio da comunicação não está mais nas
mãos da grande mídia. Um cidadão com uma câmera na mão, no lugar certo, já
consegue desmascarar a tentativa de adulterar uma informação para prejudicar/beneficiar
alguém. A tecnologia, ainda bem, transformou o povo, até então uma massa sem
rosto, em um ser capaz de externar seus sentimentos e perceber a intenção . O povo,
agora, possui olhos, ouvidos e não se deixa enganar pelos meios de comunicação
tradicionais.
[1]
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