Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Hanebado!
Spoilers! Cuidado!
Sinopse Crunchyroll: “Apesar de ter muito potencial para o
badminton, Ayano Hanesaki prefere evitar o esporte. Mas ao conhecer Nagisa
Aragaki, uma veterana que passa cada minuto de sua vida aperfeiçoando suas
jogadas, ela se sente inspirada. Motivada por seu treinador Tachibana Kentarou,
Ayano e Nagisa entram em quadra, disputando partidas emocionantes contra
oponentes e rivais incríveis!”
Uma série animada inspirada em um esporte chamado badminton. Eu não imaginei
que veria uma animação assim e, muito menos, que eu gostaria tanto dela. A
estrutura é diferente do que estamos acostumados com animações do gênero. Em gêneros assim, muitas vezes, acompanhamos a chegada de um
personagem iniciante que vai descobrindo segredos e vai se apaixonando pelo esporte, ou a chegada de um personagem veterano que muda a cara de um time que está
fadado ao fracasso. Estas são as estruturas mais comuns.
Eu nunca tinha visto a chegada de um vilão a um time. Sim, aguentem o spoiler pesado, a Ayano é uma vilã em quadra. Eu ouso colocar aqui essa revelação, pois é importante para analisar a estrutura da história e, além disso, a série já terminou. Voltando ao personagem, ela é uma espécie de Dr. Jekill e Mr. Hyde. Fora de quadra é um doce, dentro de quadra é uma louca. E a história é totalmente centrada nela e na sua rival: Nagisa. Precisei escrever isso para poder analisar o roteiro.
Eu nunca tinha visto a chegada de um vilão a um time. Sim, aguentem o spoiler pesado, a Ayano é uma vilã em quadra. Eu ouso colocar aqui essa revelação, pois é importante para analisar a estrutura da história e, além disso, a série já terminou. Voltando ao personagem, ela é uma espécie de Dr. Jekill e Mr. Hyde. Fora de quadra é um doce, dentro de quadra é uma louca. E a história é totalmente centrada nela e na sua rival: Nagisa. Precisei escrever isso para poder analisar o roteiro.
Ayano, a vilã!
Freud explica! |
A série começa com o primeiro combate entre Ayano e Nagisa,
no qual Ayano massacra sua oponente. As lágrimas da Nagisa refletem no interior
da Ayano que desiste do badminton. Nagisa parece muito ferida em seu orgulho. Depois, a
série avança no tempo e prossegue com a chegada da Ayano, meio que a contragosto,
no time da Nagisa. Nesse momento, começamos a perceber o desenvolvimento
psicótico dela em quadra. Para Ayano, em quadra, não basta derrotar a oponente,
é necessário humilhar, rir e debochar. Uma postura anti-esportista que se justifica pela sua criação. O diretor, sempre que pode, usa ângulos e cenas que fazem a Nagisa parecer descontrolada, fria, ausente de empatia.
Essa postura foi fruto de um relacionamento materno conturbado.
Sentindo-se frustrada por ter sido abandonada, ela desenvolve um escudo
emocional que a deixa, como já escrevi, sem empatia nenhuma pelas adversárias. Nesse sentido, só poderia
acontecer duas coisas com a personagem: ou alguém a ajudava a superar isso, ou ela destruiria
suas colegas de esporte. E a série se prende nesse ponto em seu arco final.
Nagisa- a capitã!
Será que rolou um clima com o treinador? :) |
Se o enredo já definia a Ayano como a vilã, ou como alguém
que precisava desesperadamente de uma ajuda, era necessário seu contrapeso. A
antagonista seria justamente a capitã que, no passado, havia sido humilhada em
quadra pela Ayano. E o enredo a desenvolve nesse sentido. Primeiro, como alguém
que precisava superar uma derrota e, depois, como alguém responsável pelo time.
Para superar a derrota, surge o novo técnico do time que a
ajuda a curar seu interior e a treina para o combate final contra a Ayano,
afinal, todo Luke precisa de um Yoda (hehehe).
Forças Opostas
Assim, no lado negro da força está Ayano e, no lado
iluminado, Nagisa. O enredo vai trabalhando esse fato aos pouquinhos. A cada
jogo, elas vão se encaminhando para este duelo final. Achei muito interessante a
escolha do roteiro. Foi a primeira vez que vi uma série se focar na chegada de
uma vilã, até o seu confronto final com outra personagem. Geralmente, o enredo
foca-se no herói. E foi uma decisão acertada para esta história em particular,
pois quebra uma rotina de eventos e se torna original. Lógico, funcionou aqui,
mas uma estrutura semelhante já foi criticada por mim em Chain Chronicle. A diferença
entre elas é o sentido de urgência da história central. Existia uma
urgência importante que foi negada em Chain Chronicle (quem jogou vai entender
o que digo) e que não foi negada em Hanebado! E as transformações e amadurecimento das personagens são o centro deste roteiro que prima por conseguir entreter com uma história sobre um esporte focando, principalmente, em apenas duas personagens.
Se desejar ver como
terminou esse duelo, assista à animação.
A animação
O primeiro capítulo me conquistou pela animação especial.
Muitos detalhes, muitas cenas com movimento, excelentes decisões de ângulos e
câmeras. O badminton é um esporte com muito movimento e o diretor honrou o
esporte com uma animação excelente. Acreditei que a série poderia ter uma queda
de rendimento nos capítulos seguintes, porém, o diretor segurou bem a peteca
(hehehe) e entregou diversos grandes
duelos.
Não somente a animação estava com uma qualidade impecável,
como também os efeitos sonoros. Um bom efeito sonoro é importante para dar a
sensação plena de um duelo e o diretor foi eficiente até nisso. Cada lance das
raquetes parecia com imponentes canhões a desferir golpes poderosos. E, assim
como desenvolviam efeitos fortes, também desenvolviam sutilezas para defesas
calmas, isto é, quando necessário, o diretor inseria o efeito sonoro adequado
ao lance que estávamos acompanhando. Ora uma trovoada, ora o bater de asas de
um pássaro. Um trabalho genial.
Conclusão
Então, a série teve um desenvolvimento de roteiro que
quebrou alguns clichês de maneira interessante. A direção acertou, em muito, na
animação e nos efeitos sonoros, por isso, eu dou uma nota 10 para esta série.
Infelizmente, o primeiro volume em blu-ray não vendeu bem, então, acredito que
esta série ficará apenas com esta temporada. Se você se interessou, assista via
Crunchyroll!