Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
ABTA e dados de 2018
O setor vinha decaindo desde 2014, com uma súbita melhora em
2017 (18,9 milhões de assinantes). Dados que me fizeram escrever um texto sobre
o assunto em “ABTA- Dados de 2017”[1]. Os
dados deram um certo alívio às empresas que acreditavam que o pior já tinha
passado.
No texto, através da leitura de uma pesquisa do site Omelete
(leia na matéria passada), acreditei que a queda de assinantes seria
irreversível. Escrevi, e repasso novamente, que:
Um alívio que pode ser mal interpretado, pois
uma pesquisa do Omelete joga, no setor, uma nova preocupação. Existe um grupo
que não consome a televisão por assinatura.
Na pesquisa Geek Power[3],
o consumo de serviços de streaming, dentro do grupo chamado geek, ultrapassou o uso da tv por
assinatura já em 2014. O mais interessante é notar a queda constante do uso do
serviço que chegou, em 2017, ao seu pior patamar (68% dos entrevistados dizem
usar o serviço). Segundo Marcelo Forlani, diretor de marketing do Omelete, este
quadro é irreversível, pois o grupo é exigente e deseja conteúdo de qualidade
com bom preço.
E o ano de 2018 veio para reforçar esta análise, pois o
setor está fechando o ano com 17,8 milhões de assinantes. Ele encolheu para
números próximos aos de 2012. Um retrocesso de 6 anos. Veja no quadro abaixo:
Além do problema de estar competindo com tecnologias mais
dinâmicas, a televisão por assinatura também enfrenta uma questão simples da economia
em crise, que é o corte de gastos supérfluos. Toda família, quando precisa
equilibrar as finanças da casa, corta gastos desnecessários e as famílias
parecem ter decidido que televisão por assinatura não é essencial. Deste modo,
muitos abandonaram o serviço.
Ramiro Gomes Ferreira, gestor no Clube do Valor[2]: “Planejar
e colocar em prática um orçamento familiar pode ser bastante complicado se
alguns membros não estiverem dispostos a fazer concessões. Às vezes é preciso
abrir mão de itens supérfluos. Refeições fora de casa (saiba como – e quanto –
eu economizei por não fazer refeições mais fora de casa neste artigo), idas a
shows, ao cinema ou ao shopping center são apenas alguns exemplos de atividades
que geram gastos. Gastos estes que, frequentemente, precisam ser revisados”.
Problema pelo qual a banda larga não está passando. Ao que
tudo indica, as famílias estão mantendo o serviço de internet por acreditarem
que o serviço é essencial. Hoje, não se vive sem internet. É o que mostra o
gráfica abaixo, com a evolução constante do serviço que, em 2017, chegou a 10,7
milhões de assinantes.
Conclusão
Em poucos anos teremos mais assinantes de banda larga do que
de televisão por assinatura. Muitos canais já estão prevendo isso e estão
migrando para a banda larga (HBO GO, por exemplo). Algumas corporações, como a
Google, estão investindo em trazer para sua plataforma alguns canais, por
exemplo, para o Youtube, então, reforço minha análise anterior. Um dia, não
teremos mais decodificadores ligados à televisão, mas apenas modens e sistemas
de interação (Chrome Cast) e os canais de televisão por assinatura serão engolidos pela internet e serão
plataformas, como Crunchyroll ou HIDIVE.
[1]
Outros Papos: <http://www.outrospapos.com/2018/02/abta-dados-de-2017.html?q=abta>
[2]
Clube do Valor: <https://clubedovalor.com.br/orcamento-familiar/>