Das telas ao coração, vozes que vão longe, Narram histórias, tradições que se expõem. A cultura encontra as cores do Japão, No traço e no ritmo, nasce a conexão. Anime, mangá, uma ponte entre mundos, Carregam valores, laços tão profundos. Cada quadro, uma porta, para a alma explorar, Unem as culturas no ato de sonhar. Em cada herói, o espírito de lutar, Em cada cena, o respeito a compartilhar. Mas não é só o Japão que a obra abraça, Outros tons asiáticos ganham sua praça. Anime, mangá, uma ponte entre mundos, Carregam valores, laços tão profundos. Cada quadro, uma porta, para a alma explorar, Unem as culturas no ato de sonhar. Do Japão à Coreia, as vozes ressoam, Histórias que as fronteiras ecoam. Cultura em harmonia, no tempo e na arte, Uma Ásia unida, em cada obra que parte. Anime, mangá, uma ponte entre mundos, Carregam valores, laços tão profundos. Com suas histórias, fazem todos lembrar, Que a humanidade é o que nos faz brilhar.
Conto do Ratinho: Histórias do caranguejo
Esse conto se
passa antes do ratinho escrever a carta para a sua mãe
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Fonte: Gadoo https://www.gadoo.com.br/wp-content/uploads/2014/07/910.jpg |
O inverno é sempre forte nessa nova baia, mas é um inverno
próspero e alegre. Desde a minha mudança para esse novo lar, ainda temporário,
tenho aprendido muito sobre o cientista e a vida. Muitos problemas que
aconteceram, como a invasão de meu lar, fizeram com que eu refletisse sobre a mutabilidade
da vida, a instabilidade dos valores e da minha própria falta de fé no
cientista e em suas ações.
Aprendi que o cientista é dono de toda a luz e de todas as
trevas. Que ele tem o domínio de todas as circunstâncias e que nossas ações,
apesar de serem livres, nos trarão sempre consequências e, através delas, seremos
julgados. Ainda em vida, nós, ratinhos, somos avaliados pelo olhar cuidadoso e
zeloso de nosso cientista.
Certa vez, li em um livro que:
“Como
as aves dão proteção aos filhotes
com
suas asas,
o
Senhor dos Exércitos
protegerá
Jerusalém;
ele
a protegerá e a livrará;
ele
a poupará e a salvará".
Isaías
31:5
Eu não conheço mesmo o autor desse livro, mas sinto que o
cientista é assim. Ele vê o mal que está sendo armado e protege os seus
pequeninos. E, enquanto refletia sobre o cientista, não percebi a presença de
um vulto que se aproximava de mim.
--- Meu jovem, retornei com novidades!
Era o velho caranguejo! Eu corri para o cumprimentar e ele
bateu carinhosamente na minha cabeça com sua garra maior.
--- O cientista me explicou os detalhes do que estava
acontecendo, como você bem o sabe. --- ele explica, ao andar de lado erguendo
suas garras ao alto.
--- Sim, ele me disse que tinha comandado o senhor e alguns Mangustos
para expulsarem as cobras! --- respondi com confiança.
--- Não terminou por aí, meu jovem! --- sorri o velho caranguejo
observando minha reação. Eu arregalei os olhos esperando uma resposta. Ele
continuou sua explicação:
--- Era noite quando decidi que deveria fazer mais do que expulsar
as cobras de sua baia. Eu me reuni com os mangustos e decidimos que iríamos
atrás das cobras. Elas pagariam pela invasão! Os mangustos me apresentaram uma
companheira que me ajudaria: a aranha Viúva Negra. Eles guardariam a baia, e a
aranha me ajudaria na invasão e negociação.
Caranguejo: “As cobras ficam menos ativas à noite, então,
começamos a invasão de madrugada. Ao entrarmos na baia delas, não fomos notados.
Era uma baia tão boa quanto a sua e eu fiquei realmente furioso ao ver que não
havia sentido em querer a sua, uma vez que a delas também era grande. Além de
grande, ela era nova e bem cuidada. Com minha técnica especial para andar (de
ladinho) eu não fui notado até conseguir achar o covil delas, em uma área
central da baia. A aranha estava em minhas costas preparando teia. Estava frio,
sem iluminação e o cheiro da pele de cobra me dava náusea. Apesar da baia ser
excelente, a presença das cobras fazia o lugar feder. A viúva negra e eu
entramos no covil. As cobras estavam dormindo como era esperado.
Eram três cobras. Duas fêmeas horrendas e um macho fedorento
e gordo. Quando nos notaram já era tarde. A aranha lançou uma rede de teias no
macho, que não conseguiu desviar e ficou enrolado, lutando contra os fios.
Quanto mais lutava, mais amarrado ficava. Era tão gordo que logo se cansou e
parou de se debater. Imediatamente, ela pulou nas costas da mais jovem e
laçou-lhe a boca para evitar ser mordida. Então, a pequena e ágil aranha agarrou
a cauda dela, subiu pela parede, deixando-a amordaçada, imobilizada pelo rabo e
pendurada de ponta-cabeça. Ela até se esforçou para se libertar, mas a aranha
desceu por seu corpo e ameaçou morder-lhe o pescoço. Sentindo a presença das
presas da aranha em sua pele, logo ela amansou e parou. A mais velha e horrível
de todas tentou me morder, mas suas presas quebraram ao tocarem em minha
armadura vermelha. Antes que ela tentasse se enrolar em mim, eu lhe imobilizei
a cauda e lhe segurei pela cabeça. Ficamos olho no olho.
Nesse instante, comecei a negociar com elas. A aranha olhava
fixo para a serpente que ela havia dominado, deixando transparecer sua sede de
sangue pela vítima capturada. Eu olhava bem nos olhos da minha cobra capturada,
apertando-lhe o pescoço com minha garra maior. Um barulho intencional veio de
fora do covil. Um mangusto apareceu e olhava com ódio para a serpente macho
enredada. Todos perceberam que falávamos sério e que a vida deles dependia de
uma boa negociação.
Dei um sermão em todas. E a negociação até que foi rápida.
Como eu tinha o domínio do fato, a força da lei, e a ajuda do cientista, minhas
exigências foram aceitas sem questionamentos. Com isso, houve a promessa de que
não invadiriam mais a sua baia e, em punição, eu tirei delas metade da baia que
pertencia a elas. O macho ficou calado. Nós saímos da baia com a promessa feita
em sangue.” --- Concluiu a história e fez uma breve pausa esperando por algo.
Eu notei e imediatamente respondi:
--- Como eu posso agradecer uma ajuda tão grandiosa?
Ele sorriu:
--- Não precisa agradecer! Basta continuar sendo você mesmo.
Já recebi do cientista o meu agradecimento. --- Disse ele estufando o peito e
erguendo suas garras em comemoração.
Eu sorri e, olhando para cima, vi o cientista me observando.
Eu o agradeci! Continuamos conversando nós dois até que o dia terminou.