Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!
Dungeon ni Deai wo Motomeru no wa Machigatteiru Darou ka:
Orion no Ya
O filme já está disponível para o Brasil via a plataforma Hidive
e eu perdi quase que uma hora e meia da minha vida assistindo-o, e lamentei,
pois esse tempo não voltará e será repleto de péssimas lembranças. Se o filme é
ruim? Sim, ele é. E eu lamento não ter procurado por spoilers com mais afinco,
para ter evitado perder um tempo precioso. Vai ter spoiler aqui.
Sinopse
A história conta a convocação do personagem Bell para uma missão
junto com Artemis, Héstia e Hermes, pois o Bell foi o único infeliz que
conseguiu ser aceito pela lança para essa missão. A missão é única e está
relacionada com um monstro chamado Antares.
Crítica
Eu tinha uma memória boa de Danmachi por causa da primeira
temporada e, com isso, fui assistir à segunda temporada. Por alguma razão do
destino, o autor concluiu que a antítese de um herói seria uma prostituta. Um
erro de interpretação de fatos mitológicos, mas, tudo bem, a história é uma
ficção, por isso, ele pode interpretar como quiser. E eu posso criticar
justamente por isso e usando da mesma liberdade. Foi ruim demais! E me pergunto
qual será o vilão da terceira temporada? Um cafetão? Talvez um vendedor de
drogas, se bem que um já apareceu na segunda temporada.
O filme nos traz justamente o Bell da segunda temporada: um
carinha fraco, apático e dependente de outros personagens. Ele não brilha em
tela como o personagem principal e sequer faz a diferença. Uma mula segurando a
lança seria melhor que ele. E isso me traz um desgosto. O Bell da primeira
temporada crescia a passos largos e se tornava um personagem confiável a cada
episódio, mas aí veio a segunda temporada e ele quase foi estuprado no bairro
da luz vermelha. Que mico! Que tristeza ver um personagem tão promissor ser
jogado no lixo desse jeito. E o filme não ajuda a fazer o personagem brilhar,
ao contrário, o arremessa ainda mais fundo no poço que o autor o enfiou, pois
ele deixa de ser um personagem confiável. Nem dá para chamá-lo de herói.
Como já escrevi aqui antes, um herói é um indivíduo capaz de
grandes feitos em guerra e de gerar MILAGRES em situações de extremo perigo.
Eles possuem origem divina em muitos contos, sendo fruto do amor de um deus com
uma humana, por isso, eram pessoas de total confiança, capazes de feitos além
dos feitos humanos. Por exemplo, Belerofonte que matou a Quimera, ou Herácles
que matou Cérbero (o cão guardião do inferno). Por isso, eu prezo muito essa
palavra: herói. Não é qualquer personagem que se faz digno de ser portador desse
título. Bell Cranel deixou de ser um dos portadores desse título. É apenas um
personagem!
No filme, Bell poderia ter sido projetado pelo roteiro para
ser exatamente um herói grego, capaz de um milagre, pois o roteiro pedia por um
milagre. O roteiro apresentou um dilema para o personagem: cumprir sua promessa
de proteger Artemis, ou cumprir sua missão e derrotar Antares. O roteiro
precário decidiu que ele não poderia fazer os dois. Limitou a ação do
personagem e o impediu de brilhar. No momento em que o roteiro poderia fazer o
Bell ser portador de um milagre incrível, resolveu que não faria isso. Diminuiu
o personagem. Ele poderia ter sido o personagem que “transforma um deserto em
vales verdejantes”, mas o autor o enxergou apenas como um fraco incapaz de
cumprir uma promessa e incapaz de gerar um milagre. Um incapaz! Bell é apenas
um incapaz.
O pior é a passada de pano que o autor desse filme usou para
tentar diminuir o desprezo da audiência pela fraqueza do personagem, pois ele
sabia que o personagem iria falhar e tentou passar panos quentes na situação,
tentando converter a derrota do personagem em uma vitória. É apenas um jogo de
palavras para evitar que o dano ao
personagem fosse maior. Bell falhou, não importa o que escrevam no roteiro,
Bell poderia ter saído com uma vitória completa, mas ele falhou. É algo como: “ela
não morreu, ela está em um lugar melhor agora”. Uma bobagem! A única vitória
aceitável para a ocasião seria o personagem ser portador de um milagre, como os
heróis gregos faziam e que a história da série tenta sempre se basear.
E isso refletiu negativamente na bilheteria, pois o “boca a
boca” surtiu efeito e o filme arrecadou míseros ¥74,254,900; ou seja, nem 70 mil
dólares, em sua estréia . Um fracasso justo, pois ninguém vai ao cinema ver um
herói que não muda a situação na qual ele está inserido. Se é para ficar na
mesma, não precisava de um herói, bastava chamar o seu zé da esquina para isso.
Vai ver o Bell seja justamente isso: o seu zé da esquina.
E essa não é apenas a única questão ruim do filme. As piadas
são ruins. A música é ruim. A interação dos personagens é ruim. Nada encaixa
direito. Nada funciona. Até a animação é mediana em muitas ocasiões. Nem saiu um trabalho
primoroso. Foi doloroso ver esse filme, mas serviu para que eu criasse esse
texto e os alertasse sobre o filme. Conhecendo bem vocês, tenho certeza que
muitos irão assistir ao filme agora. KKKKKK
Precisei desabafar. O filme é ruim e ponto! 🌟🌟