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Melhores aberturas da temporada! Segunda Parte!

Aberturas: Demon Lord 2099, Dragon Ball Daima, Yokai Gakkou no Sensei e Idolmaster Shinny Colors (2ª temporada) As aberturas de anime sempre foram uma porta de entrada para o universo que cada série propõe, carregando identidade e ambientação. Vamos explorar o que torna cada abertura das novas temporadas das séries Demon Lord 2099, Dragon Ball Daima, Yokai Gakkou no Sensei e Idolmaster Shinny Colors (2ª temporada) especiais e cativantes. Demon Lord 2099 A abertura de Demon Lord 2099 impressiona ao combinar uma atmosfera cyberpunk com o tema de fantasia obscura. A música que embala a sequência tem batidas eletrônicas intensas que acompanham imagens distópicas de uma metrópole futurista, misturada com elementos arcanos. A fluidez da animação, com lutas dinâmicas e cenários de tirar o fôlego, projeta o tom épico da série. Ficha Técnica: Diretor de Animação: Hiroshi Tanaka Música Tema: “Dark Future” Compositor: Yuuki Hayashi Estúdio: Silver Link Direção de Arte: Natsuko Ikeda Dragon Ball D

Shen Yun

Shen Yun



No fim de janeiro, e início de fevereiro, São Paulo foi agraciada com a presença de um grupo artístico que preserva as tradições chinesas de dança e religião. Shen Yun foi fundado em 2006 e é um grupo independente do partido chinês e está sediado em Nova Iorque. Seu fundador conta que seu grupo está impedido de se apresentar em solo chinês, por conta da opressão do socialismo.

E qual a razão do partido impedir a disseminação da arte? Como sabem, para se ter o controle da população, nada pode ser maior que o Estado, ou seja, nada pode ser maior que o próprio partido que representa o Estado, tornando-o o centro pleno da experiência da sociedade. Dessa forma, nada pode ameaçar o domínio do partido, que se torna o próprio “deus”. Shen Yun, por sua vez, nos conta histórias da beleza da cultura chinesa, através dos mitos divinos, sendo que a tradução próxima para Shen Yun seria justamente “a beleza da dança de seres divinos”. Dessa forma, temos um partido que acredita ser divino, contra a história divina do passado chinês que é contada pela dança do grupo. Um atrito que foi resolvido com a censura e opressão, impedindo que o grupo conte a história dos contos chineses em sua própria pátria.

Segundo o grupo[1], os princípios da sociedade chinesa, antes da revolução comunista, eram baseados na harmonia entre os Céus, a Terra e a humanidade, sendo que o povo chinês era regido pelos princípios da fé, da propriedade, da benevolência e da lealdade. O povo tinha como sua base moral o respeito pela história dos deuses de sua nação. Após a revolução comunista, o sistema foi sendo substituído por um Estado repressor das liberdades individuais. Hoje, com o comunismo chinês, segundo relatório de 2020, da Human Rights Watch[2] (HRW), nos indica que a repressão chinesa está escalando: “O resultado, sob a administração Xi Jinping, é a opressão mais ampla e brutal que a China já viu nas últimas décadas. A breve e modesta abertura que existiu nos últimos anos para as pessoas se expressarem sobre assuntos de interesse público tem claramente caminhado rumo ao fim. Organizações da sociedade civil têm sido caladas. O jornalismo independente já não existe. Os debates nas redes virtuais foram reduzidos e substituídos por uma bajulação orquestrada. As minorias étnicas e religiosas sofrem graves perseguições. Pequenos passos rumo ao Estado de Direito foram substituídos pelo tradicional Estado por Direito imposto pelo Partido Comunista. As limitadas liberdades de Hong Kong sob a política "um país, dois sistemas" estão sendo severamente desafiadas.”

Shen Yun, então, tornou-se um porta-voz da verdadeira cultura chinesa com seu espetáculo de dança, música e fé, enfrentando a repressão do governo com a serenidade da dança, a harmonia da música e a resistência pacífica da fé.

O espetáculo



O espetáculo em si é uma linda construção de mitos, que são contados com uma dança simplesmente perfeita, com uma música harmônica, e com base moral interessante. O budismo usava de um pergaminho, chamado Chōjū-jinbutsu-giga, para disseminar suas lições ao mundo, contando fatos sob a ótica do iluminismo do Budismo e o espetáculo consiste em pequenas histórias que são contadas em intervalos, geralmente com um ensinamento embutido em sua história. Sendo a principal força dele a sua bela e perfeita apresentação. Podemos dizer que o espetáculo é próximo de um Chōjū-jinbutsu-giga. Tive particular atenção com a encenação do conto da flauta roubada, que, ao seu fim, nos faz pensar sobre os erros de um homem em querer ter muitas mulheres, fazendo um apelo muito sensato para a manutenção da monogamia.

Além da disseminação da tradição chinesa, o show também faz um forte apelo contra a opressão do povo chinês com quadros encenando o massacre diário que o povo passa dentro das fronteiras da nação chinesa, com a censura e a opressão, além da vigilância constante do Estado sob o povo. Exatamente o que nos diz o relatório acima citado (HRW): “No plano doméstico, o Partido Comunista Chinês, preocupado com o fato de que permitir a liberdade política poderia comprometer seu poder, construiu um Estado orwelliano de vigilância altamente tecnológico e um sofisticado sistema de censura na internet para monitorar e abafar o criticismo público. No exterior, ele tem usado sua crescente influência econômica para silenciar críticos e realizar o mais intenso ataque ao sistema global de proteção dos direitos humanos desde sua emergência em meados do século XX.”

As cores falam muito na obra, pois elas são fortes, vívidas e com tons sempre quentes, dando ao show um elemento único. Quando fiz meu estudo de caso, sobre o Mangá Tropical, escrevi que uma das bases para a animação japonesa seria o teatro Kabuki (arte de cantar e dançar), com suas cores fortes e vívidas. De um certo modo, Shen Yun lembra também um teatro Kabuki, sem a maquiagem forte de seus atores e, portanto, pode ser considerado um correlato de ambas as artes.

Ao relatar a perseguição que as minorias estão sofrendo na China, ficamos cientes que o espetáculo também é uma apresentação religiosa, pois seus membros são praticantes de uma religião que hoje está proibida na China: Falun Dafa. Segundo site da instituição: “Falun Dafa[3] (também chamado Falun Gong) é um avançado sistema de prática de autocultivo da Escola Buda. Falun Dafa foi fundado pelo Sr. Li Hongzhi, mestre da prática. É uma disciplina na qual a “assimilação à característica mais elevada do universo – (Verdade-Compaixão-Tolerância) – é o fundamento da prática. A prática é guiada por esta característica suprema e se baseia nas mesmas leis que sustentam o desenvolvimento do cosmos” . Com isso, muitas das danças e cânticos, além da intenção de divertir, educar e divulgar, também servem para que o próprio Deus da criação se manifeste em nossas vidas, nos livrando de carmas. E confesso que foi a parte mais linda do espetáculo, pois, além da beleza da arte, se fez presente uma manifestação bela da religiosidade.

E o espetáculo ainda se mostrou avançado, com o uso de um cenário digital (uma tela) que ajudava a dar asas à imaginação dos autores e criar um impacto visual maior nas cenas com os mitos divinos da criação. Ficou muito belo e impactante!

Conclusão



O espetáculo é belo. Se você não assistiu, fique atento ao seu retorno, para poder apreciar esse lindo show que mescla dança, canto, religião e educação. Precisamos apoiar a verdadeira cultura chinesa em tempos sombrios de opressão socialista. E o espetáculo termina com uma linda profecia que nos diz que a “maré vermelha” passará e novos sábios surgirão. Temos que construir esse futuro!







[1] Leia: <https://www.shenyunperformingarts.org/our-story?/our-story/a-great-american-story>
[2] Leia: <https://www.hrw.org/pt/world-report/2020/country-chapters/337660>
[3] Leia: <https://pt.falundafa.org/inicio.html>

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