Perspectivas para o futuro em animês e mangás
Em 2012, eu escrevi o texto “A decadência do mercado de
animês e mangás no Brasil! Apontando possíveis soluções!” (leia aqui) e acertei, mais ou menos, no que chegou ao Brasil recentemente. Do
texto: “Ainda não entendo a relutância dos japoneses em adotar o sistema de
e-readers. Os e-books são baratos, veja só o exemplo no site da PerSe, pois meu
livro digital é incrivelmente mais barato que o impresso. É medo de pirataria?
Existem diversos códigos de proteção digital para obras. Basta usar um. Com um mangá
digital (já existem vários mangás nacionais que usam o sistema virtual para
serem distribuídos) barato pode-se aumentar as vendas pelo simples fato que o
leitor terá mais dinheiro para comprar outros títulos.”
"I became a legend after my 10 year-long last stand" via aplicativo Comikey (Google Store). |
Ao que parece, as empresas começaram a se movimentar para o
digital. Temos, atualmente, Manga Up!, Webtoon e Comikey disponíveis via
celular para a leitura de obras diversas. Os aplicativos tentam tornar o mangá
um produto acessível. Que você possa carregar consigo e ler quando possível.
Eles possuem algumas imperfeições, pois já vi páginas repetidas, péssima
digitalização da obra e produto (mangá) somente em inglês, mas isso é questão
de adaptação. Se o mercado se desenvolver nessa rota poderemos ter um serviço
melhor. Ainda nenhuma editora, que eu saiba, adotou o sistema de edição “sob
demanda”, que cortaria custos, então, pode ser que venha a nos surpreender no
futuro, ou talvez não.
Futuro
Atualmente, eu prevejo algumas coisas para o futuro. Coisas
boas e coisas más. A coisa má é o uso imoral da inteligência artificial. Aqui
cito o episódio 04 da série “The Gene of AI”, que mostra justamente uma pessoa
que insere o rosto de uma amiga em um jogo que possui um sistema erótico
embutido. O uso da imagem de uma pessoa, sem sua prévia autorização, já possui leis
específicas (dano à imagem, por exemplo), mas prevejo que isso vai se
desenvolver em uma escala que será necessária a criação de leis específicas para
o uso da inteligência artificial e a criação de obras com o uso de pessoas
reais. Afinal, imagina a surpresa de uma pessoa, ao baixar um arquivo, e se ver
nele? Pior ainda é se esse material for usado de forma criminosa. Com o
desenvolvimento da inteligência artificial, muitos tipos de atos ilícitos e
crimes ocorrerão e uma legislação específica deverá ser criada.
A outra coisa que eu prevejo para o futuro é um pouco melhor.
Ao assistir a série “Minha crush esqueceu seus óculos”, a animação é tão bela
que eu a imaginei em VR (realidade virtual). Acredito que o próximo grande
passo da indústria de animação será a criação de obras que poderão ser vistas
através de realidade ampliada, ou realidade virtual. Recentemente, eu ajudei na
criação de um novo show da Hatsune Miku “Hatsune Miku Global Concert (EXPO 2023
VR)”. E o show poderá ser assistido com o uso de óculos de realidade virtual. Acredito
que isso se ampliará e chegará às animações e teremos séries que poderão ter
essa imersão plena, com o uso de realidade ampliada, ou realidade virtual.
Saraiva Educação: “A realidade virtual é uma estratégia de conteúdo que
substitui o mundo real. Com ela, o usuário deixa de visualizar o mundo a sua
volta e fica imerso em uma experiência. Já a realidade aumentada incorpora os
elementos visuais e sensoriais para a experiência, o que conecta os dois
planos.
Um exemplo dessa técnica é o Google Arts & Culture. A
plataforma, gratuita, permite que o usuário explore obras de arte e até as
“pendure” em casa por meio de um aplicativo. Assim, é possível visualizá-las de
forma mais concreta, mesmo que estejam expostas em museus a quilômetros de
distância.”