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Anime Ken TV e Solidão

 Aproveitando a polêmica que lancei sobre a abertura de Dan Da Dan, venho indicar o canal Anime Ken Tv que, por sua vez, analisou a abertura. Ele é músico profissional e é especialista em guitarra! Se clicar e gostar do vídeo, se inscreva lá e faça-o crescer! E, de forma inesperada, um youtuber japonês fez um vídeo essa semana desabafando sobre a solidão no Japão. O vídeo mostra que a crise da masculinidade, veja texto de segunda-feira da semana passada, está afetando o Japão com muita força. Samurai Daddy é casado, com filho, e se sente sozinho e solitário, muito por conta da confusão de papéis que vivemos hoje em dia. É um relato que confirma e aprofunda o tema da crise. Assistam!

Kaii to Otome to Kamukakushi! (+18)

 Kaii to Otome to Kamikakushi - Desaparecimentos Misteriosos (Crunchyroll)

Revisão: ChatGPT 4o


Kaii to Otome to Kamikakushi (Mysterious Disappearances) - Pictures - MyAnimeList.net


A série de anime é baseada no mangá homônimo e foi produzida pelo estúdio Zero-G. Este estúdio tem demonstrado consistência em suas produções, e este anime é bastante semelhante a outro que eles criaram, chamado *Tsugumomo*. Aliás, estou ansioso para uma terceira temporada de *Tsugumomo*, pois o final da segunda temporada me impactou profundamente e me forçou a recorrer ao mangá para descobrir o que aconteceria a seguir. Seria maravilhoso se pudessem concluir a obra animada. Retomando o tema da série em questão, por ser similar a *Tsugumomo*, meu interesse foi imediatamente despertado. Abaixo a abertura da série! 


Recomendo cautela ao abrir, pois mostra a Sumireko em cenas ousadas. 





Enredo: A história segue Sumireko Ogawa, uma atendente de livraria com um passado de sucesso na escrita que a deixou frustrada, pois ela não conseguia mais criar nada publicável. Desejando reconquistar seu status de romancista de sucesso, Sumireko acaba amaldiçoada por um mistério. Mistérios são lendas urbanas que ganham vida e tornam o sobrenatural possível. Esses fenômenos sobrenaturais reaparecem em Tóquio na forma de lendas urbanas. Quando Sumireko ativou um mistério, cumprindo seus pré-requisitos, o mistério ativou seus efeitos mágicos, colocando sua vida em risco. Quando parecia não haver salvação, Ren Adashino, um garoto demônio que trabalha com ela na livraria, intervém para salvá-la. Ren coleta mistérios diversos para ajudar sua irmã a voltar para casa, pois cada mistério possui seu preço. A série, então, explora os segredos ocultos e os desafios enfrentados por Sumireko e Ren, que juntos começam a solucioná-los.




O enredo apresenta uma originalidade que despertou minha atenção. A globalização possui muitos efeitos econômicos, políticos e sociais e, dessa forma, também influencia as religiões. E os mitos e as lendas? Elas sofrem com a globalização? A série responde a essa questão de maneira excelente, mostrando que muitas lendas urbanas e folclóricas acabam por ter suas origens alteradas conforme o avanço da união dos povos. Na obra, muitas lendas se apresentam de forma diferente, pois sofreram alguma alteração em sua história através da cultura globalizada. Vou dar um exemplo do episódio 06.


Shizuku Hayami é uma garota que luta com relacionamentos familiares e tem uma única amiga, Tomoko, que desapareceu em um dia chuvoso há um ano, após ver um vídeo no qual aparece uma garota de vermelho. Com base na roupa vermelha vista na última chamada de vídeo, Ren suspeita de uma conexão com a assustadora lenda urbana taiwanesa, "A Menina de Vermelho". No entanto, a ausência de batidas na porta ou chuva na lenda os preocupa, indicando que o mito sofreu alterações que diferem de sua origem taiwanesa. Determinada a ajudar Shizuku, Oto (irmã de Ren) inicia a busca, ignorando as preocupações superprotetoras de Ren. Eles concluem que houve uma mistura da lenda de Taiwan com outra lenda japonesa, fazendo as alterações necessárias para que a maldição funcionasse da maneira atual. Curiosamente, o vídeo relatado no capítulo realmente existe e data de 1994. Talvez você consiga encontrá-lo na internet. Boa sorte e não se assuste se um fantasma bater à sua porta. (risos)


A série utiliza com muita criatividade lendas e mitos asiáticos, muitas vezes alterando-os ou apresentando mitos já modificados, mostrando que o mito que conhecemos não é o original, pois sofreu transformações literárias ou gramaticais, que conferiram alterações em sua essência e, portanto, em suas maldições. É outra série em que as palavras possuem grande poder, assim como analisei em *Azur Lane* este ano. Eu adorei isso!


> "As palavras têm o poder de destruir e curar. Quando as palavras são verdadeiras e gentis, elas podem mudar o mundo." — Buda


Polêmica: A série deveria ter recebido uma classificação acima de 7.0 no MAL, mas não atingiu essa pontuação devido ao boicote de parte da comunidade, motivado pelo fanservice, em particular os generosos seios da personagem Ogawa. As avaliações foram reduzidas injustamente devido à beleza e estilo. Não é a única série afetada por tal boicote. Ignoram-se as mensagens valiosas que a série oferece, como a essência das lendas reimaginadas pela globalização e a união entre os povos, o trauma de Ogawa, que luta para escrever outro sucesso, ou a angústia de Shizuku, resultante da negligência materna. Frustração, desespero, dor e redenção são temas explorados pela série, mas muitos se fixam apenas nos seios. Qual é o problema com o fanservice? Se fosse Astolfo exibindo as pernas, seria aceito? Questiono-me sobre as verdadeiras queixas desses críticos. Se você pensa que até Astolfo não deveria mostrar suas pernas de femboy, está apenas ecoando o comportamento alheio, como um espelho invertido. A liberdade deve ser respeitada, e seus excessos, se existirem, podem ser moderados pela justiça, conforme o Direito Internacional. Viva a liberdade para fanservice, seios e pernas! (risos) E existe relação entre o terror e o erótico. Vou explicar na quarta-feira!


Personagens: Além dos personagens principais mencionados anteriormente, há outros coadjuvantes intrigantes, como Shizuku Hayami, Nodoka Ametsuchi e O Condutor. Cada um deles contribui para o mistério e a atmosfera sobrenatural da série.


Estreia: O anime estreou em abril de 2024 e está disponível em várias plataformas de streaming, podendo ser assistido via Crunchyroll. Minha conclusão é que a obra vale a pena e merece destaque.


Bônus sobre a origem do mito da menina de vermelho:

A lenda da “Menina de Vermelho” é uma narrativa intrigante que circula em Taiwan e tem variações em diferentes versões. Vou compartilhar algumas informações sobre essa lenda:

  1. A Lenda do Lago SunMoon:

    • Havia uma tribo chamada Shao, que vivia nas montanhas da região central de Taiwan.
    • Um dia, o sol e a lua desapareceram misteriosamente, deixando a tribo em desespero.
    • Um jovem casal, DaJianGe e ShuiSheJie, decidiu buscar o sol e a lua.
    • Eles encontraram dois enormes dragões brincando com o sol e a lua.
    • Sob as rochas à beira do lago, descobriram um túnel que os levou a uma cozinha onde uma senhora os aconselhou.
    • A senhora explicou que, durante o mês de julho, o portal entre o céu e o inferno se abre, permitindo que os espíritos vagueiem pela terra.
    • O casal enfrentou desafios e obteve sucesso, restaurando o sol e a lua para sua tribo1.
  2. A Lenda da Menina de Vermelho:

    • Essa lenda envolve uma figura feminina vestida de vermelho que aparece em locais específicos, geralmente à noite.
    • Diz-se que quem a vê pode enfrentar consequências terríveis, como desaparecer ou sofrer algum tipo de infortúnio.
    • A cultura taiwanesa considera o mês de julho como um período em que o portal entre o céu e o inferno se abre, liberando espíritos para vagar pela terra.
    • A Menina de Vermelho é frequentemente associada a esse período e às sombras da noite.


Este vídeo de bônus representa um episódio interessante onde Ren descreve de maneira clara os passos de um ritual para invocar uma entidade. Se os procedimentos de um culto sempre foram um mistério para você, eles são, em essência, muito semelhantes, respeitando as devidas proporções e dogmas. É fascinante observar como, até nos cultos cristãos modernos, utilizamos sistemas de adoração que são universais.




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