Breves comentários sobre a temporada passada
Revisado via ChatGPT 4o
A temporada passada chegou ao fim, permitindo-me fazer algumas observações. Primeiramente, foi uma temporada marcada pela consistência na qualidade das séries. Raramente encontrei uma temporada onde abandonei tão poucas séries. Em geral, os roteiros foram consistentes e divertidos, o que é essencial para uma boa série. O entretenimento é a porta de entrada para que uma série nos envolva em seu universo e, a partir daí, inicie o processo de aprendizado, no qual assimilamos informações e adquirimos conhecimentos. Não que as séries tenham o objetivo principal de educar, mas o ser humano tem a capacidade de aprender ou relembrar informações enquanto se diverte, pois o divertimento facilita o aprendizado.
John Dewey afirmou: “Se não há diversão no processo de aprendizado, então não há aprendizado.”
Com isso, consegui relacionar, por exemplo, Mushoku Tensei com o Realismo Literário. Percebi que os mitos podem ser influenciados pela globalização e que o Japão ainda produz séries com fortes exemplos masculinos, alheias à agenda progressista e seus ideais. Claro, essa agenda está presente em algumas séries, mas geralmente essas não se destacam e acabam por não vender bem. O Japão valoriza o lucro e mede o sucesso das séries pelo seu valor de mercado, fazendo com que essa agenda fique em segundo plano. Descobri recentemente uma notícia pouco comentada que pode mudar essa situação, fazendo com que a agenda progressista se torne mais frequente em obras japonesas. Trata-se de uma aquisição de um bilhão de dólares por um certo conglomerado. Aguardem novidades na sexta-feira.
Além dos títulos que destaquei no blog devido à qualidade de seus roteiros, outras séries também brilharam, como Jiisan Baasan Wakagaeru, que conta a história de um casal de idosos que rejuvenesce após comer uma maçã dourada. É uma obra que aborda a passagem do tempo, a mudança de gerações, o abandono e o carinho de um casal simpático. Apesar da animação mediana, o roteiro, que mistura comédia e drama, conquistou muitos fãs. Outra série que se destacou foi Maou no Ore ga Dorei Elf wo Yome ni Shitanda ga, Dou Medereba Ii?, que narra a história de um feiticeiro que se apaixona por uma escrava e a compra. A comédia invoca a relação com o conceito de família para compor um roteiro agradável sobre alguém que encontra uma nova família e felicidade. Ambas as séries tratam de forma valiosa o conceito de família e me agradaram bastante.
Pontos Negativos
No entanto, alguns erros foram cometidos. Séries que poderiam ter sido mais bem-sucedidas tiveram seu potencial reduzido. Os japoneses estão criando séries shounen onde, apesar dos protagonistas serem garotos, são ofuscados por personagens femininas. Isso reduz a importância do público-alvo ao colocar personagens femininas em destaque. Vão vender? Não tanto quanto poderiam se respeitassem seu público. Notem que os primeiros colocados em vendas são shounens que equilibram bem as forças masculinas e femininas. Frieren, por exemplo, realiza essa parceria de forma exemplar. Diferente de alguns shounens lançados na temporada passada, que não conseguiram esse equilíbrio. Shy, por exemplo, é um shounen sem características típicas do gênero, o que considero uma distorção. Um shounen sem shounen.
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Via LinkedIn |
Agora, observem as avaliações de um shounen que deveria ter sido um sucesso na temporada. Houve um investimento para que ele fosse um novo Jujutsu, mas quase ficou de fora do TOP 5, mesmo sendo uma estreia. Ficou acima de Demon Slayer em um arco mais fraco, que ainda assim rendeu uma audiência incrível.
O protagonista também quase ficou de fora do TOP 10, enquanto nenhuma personagem feminina da série entrou no TOP 10, mostrando que a série carece de elementos necessários para um sucesso maior. As avaliações refletem essa distorção: personagens masculinos ofuscados por personagens femininas, que por sua vez não se destacam no TOP 10 por serem mais “machos” que os protagonistas. Isso afeta as vendas. Alguém pode argumentar: “mas vendeu três milhões de cópias!” Então, poderia ter vendido seis milhões se não fosse por esse erro de visão de produto.
Conclusão
Foi uma das melhores temporadas que já tive a honra de assistir, com séries incríveis, repletas de boas mensagens e muito bem conduzidas. Apesar dos pequenos erros aqui mencionados, foi uma das temporadas mais consistentes que já presenciei. Que o Japão continue nessa excelente trajetória!