**Blue Archive, Volume III: “Eden Treaty”**
**Resumo do Volume III**
O sensei é convocado a Trinity para lidar com um grupo de estudantes que ficaram em recuperação, a pedido da líder do conselho e do Tea Party, Nagisa. Pela primeira vez, o sensei poderá exercer sua função principal: lecionar para um grupo de estudantes em necessidade, conhecido como Make-Up Work Club. Contudo, nem tudo é tão simples, e há um segredo sombrio envolvendo um dos membros do clube, do qual o sensei não foi informado. Esse é apenas o início de uma história espetacular criada para o jogo.
Principais personagens |
Este é o começo de um dos melhores volumes lançados para Blue Archive. Após o excelente Volume I e o mediano Volume II, que já foram analisados aqui no blog, chegou a vez desta incrível narrativa.
**Volume III - Eden Treaty**
O que começou como uma tarefa simples logo se revela mais complexo do que se imaginava, trazendo à tona todos os elementos mencionados. Nagisa guarda um segredo, revelado por sua colega do Tea Party, Mika: um dos membros do Make-Up Work Club é um espião infiltrado, com o objetivo de assassiná-la. Embora saiba que sua vida está em risco, Nagisa não sabe quem é o espião. Ela decide, então, reunir todos os suspeitos no clube e tentar fazê-los reprovar para que sejam afastados do colégio, como uma forma de defesa. E essa situação se desenrola no pior momento possível: justamente quando o “Tratado do Éden” está prestes a ser assinado.
O Tratado do Éden é um pacto de não agressão entre Trinity e Gehenna, nomeado em referência ao paraíso mencionado nas escrituras antigas. Esse será o primeiro tratado assinado por Trinity em 170 anos, sendo o último durante o Novo Concílio de Nicéia. Elaborado originalmente pelo presidente do Conselho Geral de Estudantes, o tratado desmoronou após seu desaparecimento. Em termos simples, o Tratado do Éden é um tratado de paz, com o objetivo principal de criar uma organização neutra, a Organização do Tratado do Éden, para aliviar as hostilidades intermináveis entre as duas escolas e reduzir seu fardo.
O sensei fica chocado ao saber da possibilidade de assassinato, mas não consegue acreditar que uma de suas alunas possa cometer algo tão odioso. Sem estar convencido, ele desafia Nagisa, cometendo seu primeiro erro. Mika revela então que o espião já matou outra integrante do Tea Party, Seia. Diante da necessidade de se proteger, Nagisa endurece as regras contra o grupo liderado pelo sensei, forçando-os à reprovação. No entanto, o sensei intervém a tempo, garantindo que todas as integrantes superem os desafios e sejam aprovadas.
E isso é apenas o começo. Sem revelar grandes spoilers, chega o momento da assinatura do tratado. Quando Trinity e Gehenna parecem estar alinhadas, ocorre a primeira grande traição deste volume: uma terceira facção, Arius, ataca com um míssil de cruzeiro. O ataque é certeiro e pega as duas facções desprevenidas, atingindo em cheio o local da assinatura do acordo. Muitos personagens importantes desaparecem, e um evento crucial se inicia: após sobreviver ao ataque, começa a caçada pelas autoridades no local, e quem é o personagem com maior autoridade na área? Sim, o sensei. Enquanto as duas escolas tentam se reagrupar, Arius avança. Apesar dos esforços, inclusive da pequena Hina, que tenta proteger o sensei com seu próprio corpo, o sensei é baleado e perde a consciência.
Sem qualquer autoridade presente, Arius se autoproclama única responsável pelo Tratado do Éden, assumindo os poderes absolutos que o tratado oferece. A confusão é tamanha que Trinity declara estado de emergência e instaura um governo provisório composto por outras facções, substituindo o Tea Party. Com o sensei em coma, Seia morta, Nagisa desaparecida e Mika presa por traição (spoiler), não há ninguém para liderar. Em meio ao caos, as garotas do Make-Up Work Club tentam fazer sua parte durante a crise: uma delas busca vingança contra Saori, que atirou no sensei, enquanto as outras tentam controlar a tragédia dentro de suas possibilidades. Uma das cenas mais preciosas e impactantes dessa parte da história é o momento em que Koharu, percebendo que Mika seria apenas um fantoche do ódio, intervém para protegê-la de um ataque, mostrando um gesto de compaixão em meio ao caos.
Enquanto isso, o sensei passa por uma cirurgia que o retira da beira da morte. Em um sonho, ele recebe a visita de Seia, que lhe revela o paradoxo do Paraíso (Éden), explicando que tudo terminará em tristeza, tragédia e morte. O sensei, porém, responde com serenidade, transmitindo a confiança de que tudo ficará bem. Ao despertar, ele reorganiza suas forças em uma cena que transforma o humor das personagens, trazendo alívio e esperança. Com a presença do sensei, Trinity e Gehenna se reagrupam e forçam a retirada de Arius.
No clímax da história, fica claro que Arius não possui um ódio natural por Trinity e Gehenna, mas sim um ódio fabricado pelo grupo Gematria, liderado por Madame Beatrice, que torturou e fez lavagem cerebral nas estudantes, transformando-as em fantoches com o único objetivo de destruir Kivotos. Com Arius derrotada, Beatrice avança para a próxima fase de seu plano: invocar um ser místico através do sacrifício de uma princesa, amiga de Saori. Encurralada e tratada como inimiga, Saori vê sua única chance de redenção em pedir ajuda ao sensei para salvar a princesa.
O sensei, então, parte para resgatar a princesa e pôr fim às intenções de Gematria. Entretanto, as coisas se complicam em Trinity, e Mika, mais instável do que nunca, busca vingança contra Saori. Em um confronto emocionante, Mika e Saori lutam, mas o sensei intervém para evitar que suas alunas se destruam. O carinho que ele demonstra por elas as une contra Gematria. Enquanto o sensei enfrenta Beatrice e uma criatura mística, Mika, em uma tentativa de expiação, decide se sacrificar. No entanto, no último momento, o sensei chega para salvá-la, oferecendo-lhe o conforto que ela tanto desejava, chamando-a de "minha princesa Mika" em uma cena que toca o coração de qualquer jogador.
**Análise da História**
Construir uma grande história envolve equilibrar vários elementos-chave que ressoam com o público:
- **Personagens Profundos e Relacionáveis**: Mika e Saori são exemplos de personagens complexas, cada uma com suas motivações e conflitos internos. O sensei, ao mostrar a Mika que seu destino não precisa ser trágico, e ao ajudar Saori a encontrar um caminho diferente, fortalece o vínculo emocional entre os personagens e os jogadores.
- **Conflito Significativo**: O Volume III traz conflitos em múltiplas camadas, desde a assinatura do tratado até revoluções e traições políticas, além de intensos conflitos internos que conduzem os personagens à redenção.
- **Mundo Bem-Construído**: O universo de Blue Archive é ricamente detalhado, com regras e reviravoltas que tornam a narrativa envolvente e surpreendente.
- **Trama Envolvente**: O Volume III é repleto de reviravoltas e momentos de suspense, mantendo o leitor ou jogador preso à narrativa.
- **Tema Profundo**: Este volume explora temas como ódio, distopia e redenção, abordando questões profundamente relevantes na atualidade.
- **Diálogos Naturais e Ritmo Adequado**: A história equilibra ação e introspecção, com diálogos que revelam as motivações dos personagens de forma natural.
- **Originalidade**: Mesmo dentro de um contexto familiar, o Volume III traz novas perspectivas e surpresas, que fazem deste um dos melhores volumes do jogo.
**Conclusão**
Este é um resumo de uma história longa e rica em detalhes. Embora eu tenha deixado alguns spoilers de fora para não estragar a experiência de quem teme revelações, posso afirmar que este volume alcança uma profundidade psicológica e uma intensidade dignas de cinema. Se houver uma nova temporada animada de Blue Archive, seria uma pena se o Volume II fosse adaptado, pois todos merecem ver o Volume III animado. É sensacional!
Nota: 10/10.